Pesquisa da CNM avaliou 3.590/5.570 municípios: preparados vs despreparados. Continua elaboração de planos: mitigação, adaptação e medidas estruturais. Enfrentar emergências climáticas: setor/profissionais responsáveis. Monitoramento de áreas: alertas móveis/fixos, comunicação digital/SMS, rádio/TV, veículos com sirenes e sistemas fixos. Gestão de riscos e prevenção de desastres: pequenos e médios municípios.
Um estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que a maior parte dos municípios brasileiros se encontra desprovida de preparativos para lidar com fenômenos climáticos extremos, como os que afetam o Rio Grande do Sul. Os municípios despreparados enfrentam desafios significativos diante de situações de emergência e necessitam de investimentos e planejamento adequados para mitigar os impactos causados por tais eventos.
Essa realidade evidencia a vulnerabilidade de muitas regiões, que se mostram desprotegidas diante da imprevisibilidade do clima e da falta de infraestrutura necessária para enfrentar crises. Os municípios despreparados, desprovidos de preparativos, precisam urgente de suporte técnico e recursos para garantir a segurança e o bem-estar de suas populações. A conscientização sobre a importância da prevenção e da ação coordenada se torna fundamental para a resiliência dessas localidades diante dos desafios climáticos cada vez mais frequentes e intensos.
Preparação de Municípios Despreparados para Emergências Climáticas
Conforme uma pesquisa recente conduzida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), foi constatado que uma significativa parcela dos municípios brasileiros encontra-se desprotegida e desprovida de preparativos para lidar com fenômenos climáticos extremos. Dos 3.590 municípios questionados, 68% admitiram estar despreparados, revelando uma preocupante falta de medidas para enfrentar emergências climáticas.
A pesquisa, intitulada ‘Emergência Climática’, realizada no período de 1 de dezembro de 2023 a 24 de janeiro de 2024, mostrou que apenas 22,6% dos municípios se consideram preparados. Surpreendentemente, 6% desconhecem o tipo de eventos climáticos que poderiam afetar suas regiões, e 3,4% optaram por não responder.
O estudo avaliou o preparo dos municípios em relação aos eventos climáticos extremos, considerando a elaboração de planos de mitigação e adaptação, a implementação de medidas estruturais para enfrentar as emergências climáticas e a captação de recursos para ações preventivas. Preocupantemente, 43,7% dos municípios estão desprovidos de um setor ou profissionais responsáveis pelo monitoramento de áreas sob riscos de desastres, enquanto apenas 38,7% afirmaram possuir essa estrutura essencial.
Além disso, a falta de sistemas eficazes de alerta é alarmante. A pesquisa revelou que 57% das prefeituras não possuem um sistema de alerta móvel ou fixo para desastres, 34% dependem de meios de comunicação digital ou SMS, 19% utilizam rádio ou canais de TV, 10% contam apenas com veículos equipados com sirenes, e somente 5% possuem sistemas fixos com alto-falantes e sirenes.
O Alerta aos Municípios Despreparados
Diante das projeções climáticas desafiadoras para o Brasil, a CNM destaca a necessidade urgente de ações coordenadas e efetivas. A confederação ressalta que os municípios, especialmente os de pequeno e médio porte, não têm condições de arcar sozinhos com os custos de gestão de riscos e prevenção de desastres.
Paulo Roberto Ziulkoski, presidente da CNM, enfatiza a importância de um planejamento integrado entre União, estados e municípios para enfrentar essa realidade preocupante. Ele alerta que a recente situação crítica no Rio Grande do Sul, com fortes temporais e enchentes, evidencia a urgência de medidas eficazes para proteger a população e reduzir danos.
Desde o ciclone extratropical que afetou o estado gaúcho até as atuais enchentes, é notável a vulnerabilidade dos municípios diante de eventos extremos. Os prejuízos humanos e materiais são incalculáveis, destacando a necessidade de investimentos em prevenção e resposta a desastres naturais.
Uma Chamada à Ação para a Preparação e Resiliência
Os números alarmantes de mortes causadas por desastres naturais ao longo das últimas décadas no Brasil evidenciam a urgência de aprimorar a preparação e a resposta a eventos climáticos extremos. A tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011, com 957 vítimas, e as recentes ocorrências no Rio Grande do Sul, com 56 mortes e centenas de desabrigados, são alertas que não podem ser ignorados.
A falta de preparo dos municípios para lidar com eventos climáticos extremos é um fator agravante, requerendo a continuidade na elaboração de planos de mitigação e adaptação. A implementação de medidas estruturais, como sistemas de alerta móvel ou fixo, é fundamental para garantir a segurança da população em situações de risco.
Nesse cenário desafiador, a colaboração entre entidades públicas e privadas, o fortalecimento das ações de gestão de riscos e a promoção da cultura de prevenção de desastres são essenciais. Somente com um esforço conjunto e investimentos adequados será possível tornar os municípios mais resilientes e preparados para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Fonte: @Olhar Digital
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