Pedro Scooby e equipa de surfistas longas ondas viajam 24 horas para Rio Grande do Sul. Usam WhatsApp e carros em grupos de resgate, gerenciam riscos e utilizam equipamentos em salvamentos complicados. Viagem longa, demorada, movimento de ajuda, expedição de resgate.
Foram mais de 24 horas de jornada. Partiram do Rio de Janeiro seis jet skis, 20 pessoas e ao menos seis carros transportados pela estrada para ajudar no resgate de vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul. A expedição teve início no sábado. Na sexta-feira anterior, Carlos Burle e Lucas Chumbo, campeões mundiais de ondas gigantes, trocaram ideias sobre o tema pela primeira vez.
O resgate foi um esforço conjunto de diversas equipes, que se uniram para prestar assistência às comunidades afetadas pelas enchentes. A solidariedade e a determinação de todos os envolvidos foram essenciais para o sucesso da operação. A ajuda humanitária prestada nesse momento foi fundamental para minimizar os impactos causados pelas fortes chuvas na região.
Ajuda em situações de emergência: surfistas unem-se para resgate no Sul
– Eu falei: Lucas, vocês viajam o mundo atrás de ondas gigantes, são especialistas em resgate, pilotam em condições extremas, vocês têm patrocínio, equipamentos e energia. Por que não vão ao Sul oferecer assistência ao nosso povo? – contou Burle, presente em uma palestra da WSL na Sports Summit desta terça-feira, em São Paulo.
As chuvas deixaram 90 mortos e mais de 130 desaparecidos até a manhã desta terça-feira no Rio Grande do Sul. A situação é muito complicada, com mais de 360 feridos e 203,8 mil pessoas fora de suas casas. A CBF adiou jogos de times gaúchos por 20 dias e Renato Gaúcho deixou Porto Alegre indo para o Rio de Janeiro.
Quando conversaram por mensagem e telefone, Chumbo – amigo de Burle – estava em Regência, no litoral norte do Espírito Santo, com outros surfistas de ondas gigantes, recebendo nas redes sociais informações e pedidos de ajuda de pessoas ilhadas. Com a entrada de Pedro Scooby e outra dezena de profissionais, deu início a um movimento nos grupos de WhatsApp para a expedição.
– Parece cena de filme. Conseguimos juntar os melhores pilotos de ondas gigantes do Rio, estamos levando jet skis e indo rumo ao Sul. Tomara que a gente chegue a tempo de poder prestar assistência, é o mínimo que podemos fazer – disse Scooby, em uma postagem nas redes sociais. Italo Ferreira também contribuiu vendendo 10 pranchas autografadas e arrecadando R$ 100 mil para ajudar as vítimas.
A equipe iniciou a viagem no fim de semana em carros 4×4 para carregar os jet skis e equipamentos utilizados em resgates de ondas gigantes. Pararam em Curitiba para abastecer e pegar mantimentos, como roupas e cobertores, e enfrentaram a enchente na segunda-feira.
– Falei a eles: gente, é água, mas não é o nosso ambiente. Não é hora de agir como heróis. Escutem as autoridades, sigam o protocolo e lembrem do treinamento de vocês, façam um gerenciamento de risco, porque existe risco para vocês também – contou Burle, ao ge. Ele permaneceu em São Paulo por conta de compromissos, oferecendo assistência à distância.
No evento da Sports Summit, Burle destacou 11 nomes de profissionais do esporte que estão no Sul, incluindo Pedro Scooby, Michelle Des Boullion, Lucas Chumbo, Ian Cosenza, Reyzinho Duarte, Will Santana, Iankel Noronha, Felipe Cesarano, Junior Salinas, Bernardo Scolari e Thiago Lemgruber. O presidente da WSL América Latina, Ivan Martinho, elogiou a coragem e expertise do grupo.
Burle informou ainda que outros grupos estão a caminho do Rio Grande do Sul e estabeleceram pontos de coleta para doações na Loja Stlefish, em Saquarema, e na Academia Mitra, em Bacaxá. A situação exige ajuda contínua, e a previsão de retorno dos voluntários ainda é incerta. Alimentos não perecíveis, água, arroz, feijão, macarrão e outros itens são essenciais para auxiliar as vítimas nesse momento desafiador.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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