Após deixar a SAF, executivo trabalhará no clube de Ronaldo até junho. Antes de ir, ex-zagueiro reflete sobre previsões de Bom Senso FC e termos: saída de Cruzeiro, etapa, objetivos traçados, reestruturação, primeiro grande clube do Brasil revendido, segunda divisão, primeira divisão, gigante, objeto de devolver, desafio, movação, máquina, minhas coisas.
Na juventude, André Paulo fez duas escolhas determinantes para sua trajetória. Primeiramente, deixou de lado o tênis para se dedicar ao futebol. Mais tarde, surpreendeu ao se apresentar como zagueiro mesmo sem experiência prévia na posição. ‘Sou um sobrevivente’, declarou em entrevista. Além disso, revelou-se um habilidoso e estratégico jogador, conquistando todos os títulos pelo Corinthians.
Em contrapartida, a abordagem de Paulo André é inapplicável quando se trata de esportes individuais, já que sua expertise está totalmente voltada para o trabalho em equipe. Mesmo assim, sua determinação e versatilidade continuam a ser admiradas pelos fãs e pela comunidade esportiva.
Paulo André e o desafio de reestruturação no Cruzeiro
Nem por isso deixou de se arriscar e foi uma voz ativa no Bom Senso FC, movimento que chamou a atenção para problemas graves e estruturais no futebol brasileiro. Ao Abre Aspas, gravado na sede da Globo Minas, em Belo Horizonte, Paulo André fez um repasse de sua carreira como jogador e detalhou seus dois anos como dirigente do Cruzeiro, o primeiro grande clube do Brasil a se tornar SAF – e também o primeiro a ser revendido. A maior parte da entrevista a seguir foi gravada antes da saída de Ronaldo e do próprio Paulo André do Cruzeiro, mas atualizada nesta semana.
Ficha técnica: Nome completo: Paulo André Cren Benini Nascimento: 20 de agosto de 1983, em Campinas (SP) Carreira como profissional: Guarani, Athletico-PR, Le Mans (França), Corinthians, Shanghai Shenhua (China), Cruzeiro Principais títulos: Campeonato Paulista (2013), Campeonato Brasileiro (2011), Copa Libertadores (2012), Mundial de Clubes (2012), Recopa Sul-Americana (2013), Campeonato Paranaense (2016 e 2019), Copa Sul-Americana (2018) e Copa do Brasil (2019).
Confira a entrevista com Paulo André:
Novos desafios: saída do Cruzeiro e trajetória de Paulo André
– Como se sente após ter saído do Cruzeiro, Paulo André?
– Eu me sinto orgulhoso ao finalizar essa etapa. Tenho a sensação de dever cumprido tanto ao clube, quanto ao torcedor, quanto ao Ronaldo, que confiou em mim para esse processo de reestruturação. Conseguimos cumprir os objetivos traçados para estes primeiros dois anos, tanto esportivos quanto os financeiros. E só quem viveu o dia a dia do Cruzeiro, desde a compra, pode ter a magnitude desse feito, do que nós passamos no dia a dia para resgatar esse gigante. O saldo é extremamente positivo. Saio feliz e agradecido por ter feito parte dessa história.
– E agora, qual é o próximo passo?
– O que eu posso dizer é que, na próxima semana, eu sigo para a Espanha. O objetivo é acompanhar o Valladolid nos últimos jogos da Segunda Divisão. Temos o desafio lá de devolver o clube ao seu lugar, que é a Primeira Divisão. Meu contrato com o grupo, com o Ronaldo, vai até o dia 30 de junho.
– E depois, qual é o plano?
– A partir daí, vou falar sobre o futuro. Assim que sentir aquele friozinho na barriga, vou encarar um novo desafio. Quero aprender. O que me estimula a aprender e me desafiar, eu vou encarar. Se virar uma rotina maçante, estou fora. Vou para casa, jogar meu tênis e fazer minhas coisas. Não estou nisso por um emprego, mas quero fazer coisas diferentes dentro das minhas limitações, que são muitas.
– Como acabou parando no Cruzeiro por culpa do Ronaldo?
– Foi. Essa relação começa lá em 2009, quando vou para o Corinthians, e o Ronaldo já está lá. É um cara muito divertido, muito curioso. A gente se conecta e essa amizade vai crescendo. Nos aproximamos muito. Quando o Ronaldo encerra a carreira, perdemos um pouco de contato. Quando eu saio do Athletico, o Ronaldo promove um torneio de tênis na casa dele. Lá, comenta sobre o Valladolid, me convida para visitar e conhecer a estrutura. Algum tempo depois, eu acabo indo trabalhar lá. Quando ele faz o que parecia uma loucura – e hoje se concretizou – comprou o LaLiga Clube onde eu trabalhava.
Fonte: © GE – Globo Esportes
Comentários sobre este artigo