Nova descrição: Política monetária: Comitê Copom votou agencyión juros mais altos em Selic, causando aumento na dívida e risco de ações em Ibovespa. Forward orientação prevê perspectiva de juros de alta. Mercado pressionado por movimento fiscal e volume de vendas baixos.
Ao analisar o panorama atual, com a bolsa em queda e os juros nas alturas, mal se nota que houve uma diminuição nas taxas menos de um dia atrás. A diminuição de 0,25 ponto, levando a Selic a 10,50% ao ano, era esperada por mais de 80% do mercado. Contudo, o impacto do comunicado pode não ter sido tão previsível quanto se imaginava.
Em meio a esse cenário de incertezas, os investidores estão atentos não apenas aos juros, mas também aos preços e às taxas praticadas no mercado financeiro. A volatilidade nos preços das ações e a variação nas taxas de câmbio tornam o ambiente econômico ainda mais desafiador para os agentes financeiros.
Juros: Perspectiva de Selic Mais Alta Gera Incerteza no Mercado
Neste caso, a questão reside menos nos números e mais nas palavras, ou na falta delas. O comunicado recente não foi suficientemente claro quanto à direção da política monetária. De fato, há espaço para interpretações que sugerem o fim do ciclo de cortes de juros. Há quem já trabalhe com a hipótese de que não haverá mais reduções.
Até o momento, as atas das reuniões do Comitê de política Monetária (Copom) vinham fornecendo um ‘forward guidance’, uma espécie de orientação sobre o que a sociedade pode esperar da política monetária. Cortes de meio ponto já estavam sendo antecipados. Contudo, com a possibilidade de uma Selic mais elevada no horizonte, os prêmios das taxas dispararam ao longo de toda a curva, desde os contratos mais curtos até os mais longos. Os contratos de prazo mais longo foram os mais impactados, especialmente devido à votação dividida no colegiado, onde os indicados do presidente Lula defenderam um corte mais agressivo, mas foram derrotados.
Os prêmios nos contratos de curto prazo estão fortemente ligados às expectativas dos investidores em relação à Selic. As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiram de 10,21% para 10,25%, enquanto as de janeiro de 2034 saltaram de 11,59% para 11,74%. Quanto mais distante o vencimento, maior a influência do risco fiscal. No entanto, a perspectiva de uma mudança na composição do Copom gerou uma reação em cadeia no mercado.
Se os novos membros estiverem inclinados a cortar os juros além do necessário para estimular a economia, isso poderia indicar uma postura menos agressiva no combate à inflação. Isso, por sua vez, poderia levar a taxas ainda mais elevadas no futuro, como forma de conter uma eventual escalada de preços. Por isso, as taxas de longo prazo estão sob pressão.
Thiago Pedroso, da Criteria, prevê um cenário de Selic mais baixa no curto prazo, mas alerta para o risco de uma pressão futura sobre as taxas de juros, devido à complacência com a inflação. Uma eventual mudança na composição do Copom poderia resultar em um movimento de alta dos juros no futuro.
Sem orientações claras sobre o rumo das próximas reuniões do Copom, os investidores terão que se basear cada vez mais nos dados de inflação, emprego e crescimento econômico, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Diante do cenário de alta dos juros, o Ibovespa registrou uma queda de 1% hoje, fechando aos 128.188 pontos, com ganhos de 1,80% no mês, mas acumulando perdas de 4,47% no ano.
Apesar do clima de pessimismo que afetou os mercados brasileiros, o volume de negociações foi robusto, atingindo R$ 20 bilhões, acima da média dos últimos 12 meses. O índice foi pressionado por ações sensíveis a juros elevados, seja devido à queda nas vendas, seja pelo aumento das taxas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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