Para Mario Mesquita, o Fed impacta a política monetária do BC, com trajetória de corte e discussão da autoridade monetária americana.
A jornada da política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, está influenciando o ciclo de redução de juros de outras nações, como o Brasil. É o que defende Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, nessa conversa com o NeoFeed.
Segundo o economista-chefe Mario Mesquita, as decisões do Fed têm um impacto significativo na economia global, afetando diretamente as políticas monetárias de diversos países. A análise do economista reforça a importância de acompanhar de perto as ações do banco central dos Estados Unidos para compreender as tendências econômicas em escala internacional.
Discussão sobre a Política Monetária Americana e a Perspectiva do Economista-Chefe
Segundo as análises do economista-chefe, a autoridade monetária americana cometeu um equívoco ao iniciar prematuramente a discussão de corte de juros nos EUA no início do ano. Agora, o Federal Reserve necessitará de uma série de dados que lhe ofereça segurança antes de modificar sua abordagem e, posteriormente, flexibilizar a política monetária, conforme as palavras de Mesquita. Embora uma parcela considerável do mercado aposte no início do ciclo de corte de juros nos EUA em setembro, o Itaú ajustou essa previsão para dezembro. Para o economista, essa mudança de perspectiva em relação ao Fed está influenciando a recente desaceleração do ciclo de corte de juros no Brasil.
Essa conjuntura, aliada à deterioração do cenário fiscal nacional e às projeções de inflação, levou o Itaú a estimar que o Banco Central realizará apenas mais uma redução na taxa de juros até o final do ano, com a Selic encerrando em 10,25%. Mesquita dedicou uma parte significativa da entrevista para abordar a questão do déficit fiscal, que, segundo ele, gera inquietação devido ao aumento do endividamento.
O economista destacou a importância do tema fiscal durante suas interações com investidores estrangeiros recentemente. Ele observou que o assunto voltou a ser debatido com urgência, tornando-se a principal pauta das discussões. Em relação aos recursos adicionais do governo federal para auxiliar o Rio Grande do Sul, Mesquita expressou preocupação com possíveis ‘iniciativas oportunistas’ de políticos, que poderiam utilizar a tragédia para expandir os gastos, mesmo fora das diretrizes fiscais estabelecidas.
Mesquita também criticou a gestão do governo, mencionando a mudança na Petrobras como um sinal da aposta contínua no capitalismo de Estado. Ele ressaltou que essa estratégia tem sido tentada sem sucesso ao longo das décadas. A entrevista com Mario Mesquita ao NeoFeed abordou os recentes eventos que impactaram o cenário fiscal, a divisão no Banco Central e a incerteza em relação à queda de juros nos EUA.
Em meio a essas mudanças, a preocupação com a trajetória da política monetária americana cresceu significativamente. Esse fator é crucial em relação a todos os aspectos mencionados anteriormente. Nos Estados Unidos, a combinação de uma atividade econômica resiliente, um mercado de trabalho ainda aquecido e pressões nos índices de inflação e salários levou o Fed a adotar uma postura mais cautelosa. O Itaú ajustou sua previsão para o início do ciclo de corte de juros nos EUA para dezembro, refletindo a influência dessa mudança de perspectiva na política monetária global. Parte do mercado estima que os cortes de juros nos EUA possam começar no máximo em setembro, mas a antecipação dessa discussão pelo Fed no início do ano impactou essa projeção.
Fonte: @ NEO FEED
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