Em julho, seis municípios receberão mosquitos infectados com bactérias Wolbachia (Aedes aegypti). Essa estratégia tem como objetivo alterar população, reduzir casos de doenças transmitidas pelos mosquitos durante a etapa de ovos. Engajamento comunitário e critérios de observados para adaptação. (146 caracteres)
Seis cidades devem ser contempladas em julho com as primeiras liberações de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia: Uberlândia em Minas Gerais; Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná; Presidente Prudente, em São Paulo, Joinville, em Santa Catarina; e Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Em 2023, a iniciativa será expandida para mais 22 municípios de Minas Gerais.
Na luta contra o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, o Brasil avança com seu plano de ação que alcançará diversas regiões do país. A medida promete fortalecer o controle dessas doenças e impactar positivamente a saúde pública. A saúde no Brasil é uma prioridade e iniciativas como essa mostram o compromisso em proteger a população.
Avanços no Brasil com a Estratégia Wolbachia
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, o Brasil está dando passos significativos ao ser pioneiro na incorporação da tecnologia Wolbachia como uma política pública para combater os casos de dengue de maneira efetiva no médio e longo prazo. A abordagem inovadora consiste em inserir a bactéria Wolbachia nos ovos do mosquito Aedes aegypti em laboratório, resultando na criação de mosquitos infectados com o microrganismo.
Esses mosquitos modificados geneticamente se tornam incapazes de transmitir os vírus responsáveis por doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Quando se reproduzem, os mosquitos com Wolbachia passam a bactéria para sua prole, reduzindo assim a capacidade de transmissão de doenças para os seres humanos.
Antes da liberação controlada desses mosquitos na natureza, é crucial realizar uma etapa de engajamento comunitário. Isso se deve ao fato de que, inicialmente, a comunidade pode perceber um aumento no número de mosquitos na região, o que pode gerar preocupações e questionamentos.
É importante ressaltar que a aplicação de inseticidas não é viável nas áreas onde ocorre a liberação dos mosquitos infectados com Wolbachia. Isso se deve ao fato de que a estratégia se baseia na substituição gradual da população de mosquitos, promovendo uma mudança genética que impede a transmissão das doenças.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, destaca a necessidade de observar uma série de critérios para implementar com sucesso essa estratégia inovadora, tais como a pouca variação de temperatura diurna, fator que pode afetar a adaptação dos mosquitos com a Wolbachia.
Um exemplo concreto do sucesso dessa abordagem é a cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, que foi a primeira a adotar o projeto de pesquisa em 2014. Os resultados foram impressionantes, com uma redução significativa de 69,4% nos casos de dengue, 56,3% de chikungunya e 37% de zika.
Outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Campo Grande e Petrolina, em Pernambuco, também estão adotando o Método Wolbachia com resultados promissores. Além do Brasil, Indonésia e mais três países estão participando de pesquisas em parceria com o World Mosquito Program, demonstrando o interesse global nessa inovadora estratégia de combate às doenças transmitidas por mosquitos.
Recentemente, o Brasil inaugurou a Biofábrica Wolbachia em Belo Horizonte, em parceria com o governo de Minas Gerais e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa iniciativa representa um avanço significativo no aumento da capacidade de produção dessa tecnologia essencial para o controle da dengue e outras arboviroses no país.
Fonte: @ Agencia Brasil
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