Deputados da direita viajam para denunciar censura política; criticam decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A viagem dos seis deputados bolsonaristas a encontros da direita no Parlamento Europeu em Bruxelas, capital da Bélgica, entre os dias 8 e 14 deste mês, foi financiada com um custo total de R$ 104 mil pela Câmara de Deputados. Durante os eventos, que foram divulgados nas redes sociais, os congressistas aproveitaram para expressar suas críticas a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os bolsonaristas têm buscado se conectar com representantes da direita em diferentes partes do mundo para promover a narrativa de uma suposta perseguição política e censura à oposição ao governo de Luiz Inácio Lula Silva (PT) durante sua jornada. Recentemente, o Comitê de Assuntos Judiciários da Câmara dos Estados Unidos tornou públicas decisões sigilosas de Moraes que envolvem a moderação e remoção de conteúdos publicados em redes sociais por pessoas sob investigação do STF.
Exploração da oposição no Congresso brasileiro em relação a viagens da direita
O caso em questão tem sido debatido de forma intensa pela oposição no Congresso brasileiro, especialmente relacionado aos questionamentos em torno de viagens realizadas por algumas figuras políticas de direita. A data de 8 de janeiro marcou um ponto de interesse, com mais de 1500 processos direcionados a Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-Geral da República busca informações sobre a exigência de certificados de vacinação pelos EUA antes de decidir se denuncia o Presidente Bolsonaro.
Uma das questões levantadas envolve a deputada Carla Zambelli, acusada pela PGR de ser a mentora intelectual de um ataque cibernético ao sistema do Conselho Nacional de Justiça. Os registros disponíveis no site da Câmara revelam gastos significantes com passagens aéreas e diárias, financiando as jornadas dos deputados.
Entre os parlamentares que receberam auxílio de custo para suas viagens estão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Julia Zanatta (PL-SC), Gustavo Gayer (PL-GO) e Marcos Pollon (PL-MS). Contudo, também há menção a viagens realizadas por outros deputados, como Ricardo Salles (PL-SP) e Coronel Ulysses (PL-AC), sem que haja despesas registradas em seus nomes. De acordo com informações da CNN, Salles teria feito sua viagem sem solicitar reembolso, levantando questões sobre o financiamento de sua jornada.
Durante uma visita, Eduardo Bolsonaro fez um discurso em inglês, criticando o Supremo Tribunal Federal por ações que, segundo ele, visam silenciar a oposição a Lula no Brasil. Ele mencionou o bloqueio de perfis em redes sociais, atribuído a decisões de Moraes, como parte de uma suposta tentativa de reprimir vozes dissidentes. Essa narrativa foi reforçada pela deputada Bia Kicis em um vídeo, no qual Gustavo Gayer discorreu sobre a continuidade de uma série de viagens internacionais realizadas por parlamentares bolsonaristas, incluindo Bruxelas após uma passagem por Washington. O propósito dessas viagens era denunciar alegadas censuras e perseguições políticas.
Os gastos relacionados a essa missão oficial foram justificados como uma ‘reunião de grupo de parlamentares europeus e latino-americanos, entre outras atividades no Parlamento Europeu’. Detalhes revelam os investimentos em passagens e diárias para os envolvidos nessa complexa rede de viagens e encontros. A Câmara dos Deputados foi contatada para esclarecimentos sobre os custos envolvidos, mas ainda não houve resposta.
Em meio a um cenário de viagens, deslocamentos e discussões políticas acaloradas, as decisões sigilosas e reuniões nos bastidores revelam um encontro contínuo entre diferentes ideologias e interesses, moldando o panorama político atual.
Fonte: @ CNN Brasil
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