A descoberta desafia conceitos astronômicos desde os anos 70 com simulações inéditas de discos de acreção alimentados por gás primordial.
Os campos magnéticos têm uma influência significativa na organização e desenvolvimento dos discos de acreção dos buracos negros supermassivos, contrariando concepções anteriores.
No processo de magnetização dos discos, a interação dos campos magnéticos é fundamental para compreender a dinâmica dos buracos negros supermassivos, podendo levar à formação de um magnetar.
O papel crucial dos campos magnéticos na formação de discos de acreção
Uma realização inédita foi observada em uma simulação recente conduzida por uma equipe de astrofísicos liderada pelo renomado Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Utilizando supercomputadores de última geração, eles recriaram a trajetória do gás primordial desde os primórdios do universo até o estágio em que ele se condensa em discos de material que servem de alimento para os buracos negros supermassivos, conhecidos como discos de acreção. Essa simulação desafia conceitos estabelecidos há décadas e lança luz sobre novas possibilidades de estudo sobre o magnetismo, a magnetização e os magnetars.
A pesquisa, que contou com a colaboração dos projetos FIRE (Feedback in Realistic Environments) e STARFORGE, abordou escalas que vão desde a formação estelar em nuvens de gás até a evolução em larga escala do universo. Pela primeira vez, foi possível preencher a lacuna entre essas duas escalas com uma simulação de altíssima resolução, revelando detalhes cruciais sobre a interação dos campos magnéticos nesse processo.
Um dos aspectos mais surpreendentes descobertos foi a constatação de que os discos de acreção não possuem a forma plana como se imaginava, mas apresentam uma estrutura mais complexa e dinâmica, influenciada diretamente pelos campos magnéticos. Ao observar a formação desses discos ao redor dos buracos negros supermassivos, os cientistas identificaram que a pressão exercida pelos campos magnéticos é significativamente maior do que se pensava anteriormente, desafiando teorias antigas e redefinindo nossa compreensão sobre a massa, densidade e geometria desses discos.
Os resultados dessa pesquisa revolucionária foram documentados no artigo intitulado ‘FORGE’d in FIRE: Resolving the End of Star Formation and Structure of AGN Accretion Disks from Cosmological Initial Conditions’, publicado no The Open Journal of Astrophysics. Essas descobertas abrem novos horizontes para a investigação cosmológica, permitindo uma visão mais aprofundada sobre a formação estelar, a fusão de galáxias e a geração inicial de estrelas no universo. A simulação realizada pela equipe do Caltech representa um marco na compreensão dos complexos processos que regem a evolução do universo e o papel crucial dos campos magnéticos nesse cenário cósmico.
Fonte: @Olhar Digital
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