A soja é a principal matéria-prima para biodiesel. Novos biocombustíveis avançados, usando óleo de soja, mantêm demanda alta no futuro.
A necessidade por biocombustíveis está crescendo significativamente para impulsionar a expansão do cultivo de soja no Brasil, em um cenário em que a China, principal importadora global, está adotando uma abordagem mais cautelosa em relação às suas importações do grão oleaginoso, conforme destacou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar. A Abiove, entidade que representa empresas de comércio e processamento, acredita que a China pretende manter suas importações totais de soja em torno de 100 milhões de toneladas de todas as origens, visando reduzir sua dependência de importações.
Em meio a esse contexto, a busca por fontes de energia mais sustentáveis tem impulsionado a produção de biocombustíveis no país, contribuindo para uma matriz energética mais verde e renovável. A crescente demanda por biocombustíveis reflete a preocupação global com a redução das emissões de gases de efeito estufa e a transição para uma economia mais sustentável, destacando a importância estratégica desses combustíveis alternativos no cenário atual.
Biocombustível: Estratégia de Crescimento
No momento em que se discute o futuro dos biocombustíveis, é importante considerar que a demanda por combustíveis verdes não deve seguir o mesmo padrão de crescimento do passado. Isso pode impactar diretamente a expansão da produção de oleaginosas, como a soja, no Brasil, um dos maiores produtores mundiais.
Em uma recente entrevista, Nassar, especialista do setor, destacou que, sem a demanda por biocombustíveis, o cenário para a soja seria bem diferente. A expansão de 1 milhão de hectares por ano, vista nos últimos anos para atender a demanda chinesa, provavelmente não se repetiria.
O biocombustível se tornou uma peça fundamental no mercado de combustíveis renováveis, com a soja sendo a principal matéria-prima para a produção de biodiesel. Além disso, novos tipos de biocombustíveis avançados estão surgindo, mantendo a demanda aquecida para o futuro.
Em 2024, a produção de óleo de soja no Brasil está estimada em 11 milhões de toneladas, sendo que cerca de 6 milhões serão destinadas à produção de biodiesel. A mistura de biocombustível no diesel subiu de 12% para 14% em 2024, refletindo a importância crescente desse setor.
Nassar também ressaltou que parte da produção de óleo de soja será destinada ao mercado interno, como óleo de cozinha, enquanto outra parcela será para exportação. A China, como maior importador global de soja, adquiriu uma quantidade significativa do Brasil no ano passado, reforçando sua posição no mercado.
Novos projetos no setor de biocombustíveis estão surgindo, com empresas como o grupo Potencial e a Três Tentos investindo nessa área. O projeto Combustível do Futuro, em análise no Senado, poderá impulsionar ainda mais a demanda por biodiesel, aumentando a mistura para 25% no futuro.
Diante desse cenário, fica evidente que o biocombustível é uma estratégia de crescimento importante para o Brasil, não apenas no mercado interno, mas também no cenário global. É fundamental acompanhar de perto as tendências desse setor em constante evolução.
Fonte: @ Info Money
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