Há 10 anos, a última vez que a seleção brasileira disputou uma Copa do Mundo no Mineirão foi o maior vexame da história do futebol.
Você se lembra daquele icônico 7 a 1? Maria, João, Ana, Pedro e Luíza não esquecem: no Mineirão. Nem todos os torcedores gostam de recordar daquela tarde, o último encontro da seleção brasileira em uma semifinal de Copa do Mundo.
O resultado foi um verdadeiro vexame para o futebol brasileiro, uma tragédia que ficou marcada na história do esporte nacional. O desastre no campo do Mineirão ecoou por todo o país, deixando uma ferida aberta nos corações dos torcedores brasileiros.
Memórias do Mineirão
Uma tarde que entrou para a história do futebol mundial, completando uma década na segunda-feira (8), ainda ecoa na mente daqueles que testemunharam o evento ao vivo. E para aqueles que estavam a poucos passos do ocorrido, ou que contribuíram para o placar inesquecível, a lembrança do Mineirão se torna ainda mais viva. A ESPN compartilhou cinco relatos marcantes daquele 8 de julho de 2014. Histórias de pessoas que poderiam ter estado trabalhando no jogo, mas optaram por estar nas arquibancadas. Alguns ouviram uma profecia antes do início da partida. Outros estavam na torcida e viram o 7 a 1 se transformar em algo muito maior do que um simples resultado. E houve aqueles que calçaram as chuteiras, tocaram na bola e saíram do campo atônitos, para o bem ou para o mal. Esses cinco indivíduos revivem cada minuto daquele dia fatídico em que o Brasil enfrentou a Alemanha de forma avassaladora.
Uma Tarde Inesquecível no Mineirão
Para Gustavo Fernandes, aquele jogo se tornaria uma lembrança eterna, pois foi a última vez que ele assistiria a uma partida ao lado de seu pai. A imagem do ilustre torcedor Clóvis Acosta Fernandes, conhecido como o ‘Gaúcho da Copa’, com seu distintivo bigode e trajes típicos do Rio Grande do Sul, é familiar para muitos. Ele era presença constante nas partidas da seleção, sempre animando a arquibancada. A paixão pela Canarinho foi transmitida de pai para filho, e naquela Copa do Mundo, pai e filho viajaram de carro pelo país para apoiar a equipe brasileira. Aquela era a sétima Copa de Clóvis e a terceira de Gustavo, que, ao se dirigir ao Mineirão, percebeu que havia esquecido um de seus amuletos da sorte. Um presságio do que estava por vir.
Recordações no Estádio Mineirão
‘Me lembro daquele dia em que chegamos ao Mineirão e vi uma nuvem cinzenta pairando sobre nós. Eu estava usando uma peruca colorida na ocasião, e acabei deixando-a na casa de Fred, ex-jogador da seleção brasileira e amigo de meu pai, onde estávamos hospedados’, recordou Gustavo. ‘Fiquei com um pressentimento… Foi a primeira vez que usei o chapéu de gaúcho da Copa, herdado de meu pai, dentro de um estádio. Tenho lembranças maravilhosas daquele dia, com muita alegria, festa, todos cantando… E então, o 7 a 1…’.
Após testemunhar o Brasil conquistar os títulos mundiais de 1994 e 2002, Clóvis vivenciou algo que jamais imaginara e não conseguiu conter as lágrimas após o apito final. Naquele momento, diante de seus olhos, ele presenciou o maior vexame do futebol mundial. ‘Meu pai chorou copiosamente, e a foto dele se tornou viral. Ele estava em choque. Era o choro de alguém que sabia que aquela seria sua última Copa do Mundo. Ele já lutava contra o câncer há algum tempo e tinha consciência de que dificilmente estaria presente na próxima Copa, na Rússia, em 2018. Foi extremamente doloroso’.
O ‘Gaúcho da Copa’ faleceu em 2015, aos 60 anos, e ainda acompanhou a seleção na Copa América daquele ano, no Chile, onde o Brasil foi eliminado nas quartas de final pelo Paraguai, enquanto a equipe da casa sagrou-se campeã. Por motivos pessoais, Gustavo não pôde comparecer. ‘Os torcedores lá de cima nos apoiam como meu pai, meu velho…’
Fonte: @ ESPN
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