Profissionais brasileiros: orientações médicas e textos de saúde sobre saúde. Procedimentos não invasivos curtos e caros: rinoplastia, rudimentar, origina do século VI a.C., Índia. Nariz amputado: indivíduos, séculos XVI a XVIII, punição em Paris (1788). Anestesia, antissepsia: relevantes componentes, século XIX. Reconstrução: legiões de soldados, auto-estima, grande importância para a qualidade de vida, séculos XX.
A trajetória da cirurgia plástica é repleta de fatos interessantes. Poucos imaginariam que, por volta do século VI a.C., na Índia, já era realizada uma forma primitiva de rinoplastia. Essa prática era empregada para reconstruir o rosto de pessoas que haviam sido punidas com a amputação do nariz, como consequência de crimes como roubo ou adultério. A evolução desse procedimento ao longo dos séculos demonstra a importância e a versatilidade da cirurgia plástica na sociedade contemporânea.
Além da rinoplastia inicial, a cirurgia estética também desempenha um papel significativo nos dias de hoje. A busca pela harmonia estética e pelo corpo belo impulsiona muitas pessoas a recorrerem a procedimentos como a lipoaspiração e a mamoplastia. A cirurgia de reconstrução é outra vertente importante, ajudando não apenas na correção de imperfeições físicas, mas também na restauração da autoestima e da confiança dos pacientes. A diversidade de técnicas e possibilidades oferecidas pela cirurgia plástica reflete a constante inovação e aprimoramento desse campo da medicina.
Cirurgia Plástica: Uma História de Transformação
Os tempos mudaram, é verdade, mas a rinoplastia continua sendo uma das cirurgias plásticas mais realizadas em todo o mundo. No ano de 2020, segundo dados da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery), o Brasil liderou esse ranking, com quase 90 mil procedimentos desse tipo. Essa cirurgia de belo corpo, em particular, pode ser motivada tanto por razões estéticas (alterar o tamanho do nariz ou a largura do dorso, corrigir narinas muito largas ou assimetrias) como para solucionar dificuldade respiratória (desvio de septo). Hoje a decisão de se submeter a uma cirurgia plástica é algo relativamente corriqueiro, mas nem sempre foi assim.
No século XVI a.C., na Índia, um tipo rudimentar de rinoplastia era realizado em indivíduos que tinham o nariz amputado como punição. As cirurgias de feições eram vistas de forma pecaminosa, e no século XVII, em Paris, foram proibidas. Já no século XVIII, a cirurgia de reconstrução era considerada um avanço, apesar das críticas.
No final do século XIX, já com a anestesia (desde 1846) e com a antissepsia (desde 1867), a cirurgia plástica, inclusive a estética, ganhou significativo avanço, uma vez que diminuía a dor e aumentava a segurança dos procedimentos. Foram, no entanto, as duas grandes guerras do século XX, que produziram legiões de soldados gravemente feridos, amputados ou desfigurados, o grande impulsionador do desenvolvimento da especialidade. A necessidade de reconstrução levaria ao aperfeiçoamento das técnicas, que seriam empregadas também para o embelezamento do corpo e das feições.
Cuidar da aparência também é saúde. De início, a cirurgia estética, diferentemente da reconstrutiva, que nasceu de uma necessidade de saúde, foi associada apenas à vaidade. Como era um procedimento caro, estava ao alcance de poucas pessoas: a clientela dos consultórios vinha principalmente da alta sociedade. Manter a melhor aparência possível, retardando ao máximo as marcas de envelhecimento, era ainda um privilégio de poucos, mas, sem dúvida, um desejo de muitos.
Isso porque os procedimentos estéticos cirúrgicos, por um lado, se tornaram muito mais acessíveis e, por outro, passaram a ser vistos como parte da saúde em sentido amplo, na medida em que proporcionam bem-estar, satisfação pessoal e autoconfiança. Ao elevar a autoestima do paciente, a cirurgia plástica deixa de ser um luxo e passa a ser um componente relevante da qualidade de vida. Cuidar da aparência é também cuidar da saúde.
Mesmo assim, o receio de não obter o resultado esperado – ou sonhado – e os eventuais riscos que todo tipo de cirurgia traz inibem alguns pacientes, que, paradoxalmente, não hesitam em submeter-se a um sem-número de procedimentos estéticos considerados não invasivos (preenchimento, toxina botulínica, colocação de fios, harmonização facial etc.) diversas vezes por ano. Muitas pessoas buscam esses procedimentos para melhorar sua autoestima e qualidade de vida.
Fonte: @ Veja Abril
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