Equipes debatem mapeamento da biodiversidade em florestas tropicais, projetos de conservação e pesquisas arqueológicas.
Acostumada a receber turistas de diversas partes do mundo, a comunidade de Tumbira, situada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, no Amazonas, participará ao longo do próximo mês de uma competição diferente. Equipes internacionais estarão presentes não apenas para apreciar a Amazônia de perto, mas também para competir e colaborar na documentação e preservação da rica biodiversidade local, em uma emocionante competição de conhecimento e preservação ambiental.
Neste contexto de competição global, Tumbira se transformará em um verdadeiro palco de desafio e cooperação entre os participantes, que buscarão não apenas o reconhecimento internacional, mas também contribuir de forma significativa para a proteção do meio ambiente. A disputa pela melhor pesquisa e ação em prol da conservação da Amazônia promete elevar o nome de Tumbira a um patamar mundial, demonstrando o poder da união em prol de um objetivo comum.
Competição Global de Mapeamento da Biodiversidade
O local escolhido para sediar a final de uma das maiores competições de mapeamento da biodiversidade de florestas tropicais do mundo é palco da Xprize Rainforest. A competição, que teve seu início em 2019, reuniu inicialmente 300 equipes compostas por cientistas de diversas nacionalidades, origens e áreas do conhecimento, incluindo indígenas e pesquisadores provenientes de comunidades tradicionais, envolvidos em projetos de robótica, biogenética e conservação florestal de alcance global.
A jornada até a etapa final foi marcada por várias fases de pesquisa, desenvolvimento e implementação, culminando em uma semifinal disputada na exuberante floresta tropical de Singapura. Agora, seis equipes desembarcaram em Manaus, prontas para a última fase que decidirá a distribuição do prêmio de U$ 10 milhões entre os três grupos que apresentarem as soluções mais inovadoras.
Na cerimônia de abertura da final, realizada em 4 de julho, Ana Lúcia Vilela, presidente do Instituto Alana responsável pelo financiamento do torneio, ressaltou a importância de ir além na busca por soluções diante dos desafios que afetam a biodiversidade, a vida nas florestas tropicais e a preservação ambiental. Ela destacou que o conhecimento detido pelas comunidades locais é fundamental, mas é necessário ampliar os horizontes em busca de soluções mais abrangentes.
Ana Lúcia Villela, fundadora da Alana, enfatizou que a competição surgiu de uma preocupação crescente, em 2019, com a perda contínua da biodiversidade, que superava a capacidade das tecnologias disponíveis na época para mapeá-la. O objetivo é que o conhecimento gerado por essa competição tenha um impacto positivo nas futuras gerações, especialmente aquelas que dependem diretamente das florestas para sua forma de vida.
As crianças, que são as mais vulneráveis às consequências das atividades humanas prejudiciais, estão no centro das preocupações. Imagens chocantes de crianças Yanomami sofrendo com desnutrição e doenças causadas pelo garimpo ilegal, que polui rios, destrói a fauna e reduz a disponibilidade de alimentos, servem como alerta para a necessidade de ações urgentes e eficazes.
Essas futuras gerações incluem crianças como Adrian Garrido Macedo e Nicolas de Alencar Santos, residentes da comunidade de Tumbira, onde serão realizados os testes finais da competição. No último sábado (6), eles observavam com curiosidade a chegada dos equipamentos da primeira equipe, que terá suas tecnologias avaliadas na floresta. Durante os próximos dias, os seis grupos serão avaliados pelos jurados em termos qualitativos e quantitativos, coletando dados bioacústicos, de imagens e amostras de DNA em uma extensa área de conservação.
Com um prazo de 24 horas para a coleta de informações e mais 48 horas para o processamento dos dados em tempo real, os participantes terão que demonstrar escalabilidade e eficiência, sob os olhares atentos daqueles que vivem no local. A competição promete não apenas impulsionar a inovação e a pesquisa, mas também gerar soluções concretas para a preservação das florestas tropicais e da biodiversidade em escala global.
Fonte: @ Agencia Brasil
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