Mercado de capitais movimenta R$268,2 bi até maio, recorde histórico, com 90% em renda fixa; ritmo de queda preocupa.
Com um aumento significativo na captação de recursos por meio de debêntures, o mercado brasileiro de capitais atingiu a marca de R$ 268,2 bilhões captados até maio deste ano, estabelecendo um novo recorde de emissões. Esse valor representa um crescimento de 150,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme informações divulgadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A diversificação de ofertas de investimento tem impulsionado a captação de recursos no mercado financeiro, demonstrando a confiança dos investidores nas oportunidades disponíveis. As emissões de debêntures têm se destacado como uma alternativa atrativa para empresas em busca de financiamento, contribuindo para o fortalecimento do setor e para o desenvolvimento econômico do país. Esse cenário positivo reflete a solidez e a atratividade do mercado de capitais brasileiro, evidenciando o potencial de crescimento e inovação no âmbito financeiro.
Captação em Destaque: Crescimento Histórico no Mercado de Capitais
Somente no mês de maio, a captação teve um aumento ainda mais expressivo, atingindo a marca de R$ 73,4 bilhões, representando um crescimento de 227% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado, as ofertas de papéis de renda fixa corresponderam a 90% do volume total, totalizando R$ 239,6 bilhões, alcançando assim o melhor resultado para os cinco primeiros meses do ano, de acordo com dados históricos divulgados pela entidade.
As emissões de debêntures se destacaram no segmento de renda fixa, somando um total de R$ 160,6 bilhões no acumulado até maio deste ano, registrando um aumento de 204% em comparação com o mesmo período de 2023. Em maio, as ofertas desses papéis totalizaram R$ 49,5 bilhões, marcando o maior valor já registrado em qualquer mês da série histórica.
Os fundos de investimento se destacaram como os principais compradores nesse período, respondendo por 50,1% do volume total captado. No acumulado do ano, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) registraram um total de R$ 27,2 bilhões em emissões, representando um aumento de 162,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Comparando com o ano anterior, as emissões de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) apresentaram um crescimento de 185,1%, atingindo um total de R$ 26,3 bilhões. Já os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) registraram captações recordes, alcançando R$ 17,7 bilhões, o que representa um aumento de 69,8% na mesma base de comparação.
Os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) também alcançaram um marco histórico, com um total de R$ 22,7 bilhões em ofertas, representando um aumento de 288,8%. O relatório da Anbima destaca que, no segmento de renda variável, não foram realizadas novas emissões em maio, mantendo o volume total de R$ 4,9 bilhões em 2024.
Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, ressalta que a perspectiva de que as emissões de renda fixa continuem predominantes ao longo do ano é reforçada pela possibilidade de que o ritmo de queda da Selic seja reduzido, diante das incertezas no cenário internacional e do quadro fiscal doméstico. A tendência é de que a captação no mercado de capitais mantenha seu ritmo histórico de crescimento.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo