Deputado Hélio Lopes deu carona a ex-assessor em Brasília após viagem de Bolsonaro aos EUA, segundo advogados.
Os advogados da equipe de defesa de Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, estão buscando estratégias para fortalecer o caso. A defesa deseja incluir o depoimento do deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), que teria dado carona a Martins em Brasília no dia 30 de dezembro de 2022, após se despedirem do ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
A defesa de Filipe Martins argumenta que a colaboração do deputado Hélio Lopes pode ser crucial para a investigação em andamento. Além disso, os advogados planejam solicitar às operadoras de telefonia a geolocalização do parlamentar durante o horário da carona, entre 9h e 14h, no intuito de reforçar a proteção de Martins. A estratégia de argumentação baseia-se na busca por evidências que possam corroborar a versão apresentada pela defesa do ex-assessor de Bolsonaro.
Equipe de defesa de Filipe Martins argumenta omissão de provas
Um dos advogados de Filipe Martins, Ricardo Scheiffer, enfatizou que todas as evidências encaminhadas até o momento foram ignoradas, o que ele classificou como uma omissão grave. Em resposta a essa situação, a equipe de defesa apresentou um agravo regimental, aguardando uma resposta até o próximo dia 20.
Scheiffer ressaltou que a Polícia Federal não possui elementos suficientes para manter a prisão de Filipe Martins e que as provas apresentadas foram negligenciadas. O advogado destacou que Filipe Martins está detido há 4 meses com base em um pedido de prisão que se baseia em uma lista editável de um arquivo de texto, indicando uma possível saída do país que nunca ocorreu.
Entre as evidências apresentadas pela defesa estão fotografias que comprovam a presença de Filipe Martins no Paraná, depoimentos de testemunhas e registros de pedidos feitos através do aplicativo iFood. Além disso, foram apresentados bilhetes aéreos e comprovantes de despacho de bagagens do voo LA3680 da LATAM, partindo de Brasília com destino a Curitiba às 16h50 do dia 31/12/2022, um dia após a partida de Jair Bolsonaro do Brasil.
Também foram incluídos como prova comprovantes de compras realizadas com cartão de crédito e registros de uso do aplicativo Uber no Brasil. A LATAM foi contatada pela CNN e confirmou a presença de Filipe Martins no voo que seguiu para o Paraná no dia 31 de dezembro de 2022.
Filipe Martins, por meio de sua defesa, afirmou anteriormente à CNN que se considera um ‘preso político’. Ele expressou sua insatisfação com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de negar sua liberdade, argumentando que sua detenção é motivada por questões políticas, não jurídicas.
A Procuradoria-Geral da República se posicionou a favor da soltura de Martins em 1º de março de 2024. Em 23 de abril, a defesa apresentou mais uma prova para refutar a alegação de que ele teria deixado o país no avião presidencial em 30 de dezembro de 2022, demonstrando uma resposta do U.S. Customs and Border Protection, do Department of Homeland Security.
Fonte: @ CNN Brasil
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