Novo relatório da OMM, vinculada à ONU, revela efeitos nocivos do recorde de calor, referência para a meta de padrão de qualidade do ar.
GIULIANA MIRANDAMADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) – Reconhecido por especialistas como um fator crucial para combater os impactos adversos das mudanças climáticas, o aquecimento global atingiu um novo patamar. A marca de 1,5°C de aumento na temperatura média no planeta está cada vez mais próxima de ser superada, alertando para a urgência de ações concretas para mitigar os efeitos desse fenômeno.
Em meio a um cenário desafiador, a preocupação com as mudanças climáticas se intensifica, evidenciando a necessidade de medidas eficazes para conter o avanço do aquecimento global. A projeção de ultrapassar a marca de 1,5°C nos próximos anos reforça a importância de políticas sustentáveis e de conscientização da população sobre a urgência de preservar o equilíbrio ambiental. A luta contra o aquecimento global é uma responsabilidade coletiva que requer ações imediatas e efetivas para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.
Aquecimento Global: Novo Relatório Alerta para Aumento das Temperaturas
A informação provém de um novo relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado nesta quarta-feira (5). A entidade prevê um aumento de 47% na possibilidade de todos os anos, no período entre 2024 e 2028, excederem os 1,5°C de aquecimento. Esta marca é particularmente simbólica por representar a meta preferencial – e mais ambiciosa – do Acordo de Paris.
O documento também estima que, nos próximos cinco anos, a temperatura média anual na superfície do planeta será entre 1,1°C e 1,9°C mais alta do que a registrada no período pré-industrial (1850-1900), o principal padrão de referência para as mudanças climáticas. A OMM destaca que há 86% de chances de que pelo menos um dos próximos cinco anos estabeleça um novo recorde de calor, superando 2023, atualmente o ano mais quente da história da humanidade.
Embora a OMM alerte que ultrapassar o limite de 1,5ºC não signifique necessariamente que a Terra tenha definitivamente ultrapassado essa barreira, serve como um sinal de alerta. Para considerar o limite definitivamente ultrapassado, é necessário que isso se repita consistentemente em intervalos temporais mais longos.
A organização está emitindo um alerta de que o aquecimento de 1,5°C será excedido temporariamente com uma frequência crescente. Já vimos esse nível ser temporariamente ultrapassado em meses individuais e, de fato, como média durante o período mais recente de 12 meses, conforme mencionado pela secretária-geral adjunta da OMM, Ko Barrett.
Dados do observatório Copernicus, da Agência Espacial Europeia, divulgados hoje, mostram que maio de 2024 registrou a temperatura mais alta já registrada para esse mês, com um aumento de 1,52°C em relação à média pré-industrial. Esse foi o 11º mês consecutivo, desde julho de 2023, em que a média global de temperaturas atingiu ou ultrapassou 1,5°C.
Esses resultados representam o 12º mês consecutivo em que a temperatura média global atinge um valor recorde para o mês correspondente. Isso levou a uma média na superfície do planeta entre junho de 2023 e maio de 2024, a mais alta já registrada, com 1,63°C acima do nível pré-industrial.
O diretor do serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus, Carlo Buontempo, destacou que, embora essa sequência de meses recordes possa ser interrompida, a tendência das mudanças climáticas permanece inalterada.
Esses novos dados globais foram divulgados em conjunto com um discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu maior ambição nas questões climáticas durante a cúpula do G7, realizada na Itália entre 13 e 15 de junho. Guterres alertou que estamos desafiando a sorte com nosso planeta e que os recordes de temperatura global estão sendo quebrados repetidamente.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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