Urna fecha às 20h locais (15h em Brasília). Primeiras estimativas apontam menor abstenção em 40 anos nas eleições legislativas francesas.
O pleito eleitoral deste domingo na França promete ser um desafio para o presidente Macron. As pesquisas indicam que o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), sob liderança de Marine Le Pen, pode conquistar a maioria das cadeiras na Assembleia Nacional, resultando em uma derrota significativa para Macron.
Emmanuel Macron enfrenta um cenário desafiador, com projeções que apontam para um revés eleitoral comparável ao ocorrido na votação para o Parlamento Europeu em 9 de junho. A liderança da Reunião Nacional ameaça a posição do presidente Macron e seu partido, colocando em xeque o futuro político do país.
Macron: Desafios e Perspectivas na Eleição Legislativa da França
O segundo turno das eleições legislativas na França, onde o presidente Emmanuel Macron está em foco, está marcado para 7 de julho. As urnas fecharão às 20h locais (15h em Brasília), e as primeiras estimativas indicam uma participação recorde no primeiro turno. Ao meio-dia em Paris (7h em Brasília), 25,9% dos eleitores já haviam votado, um aumento significativo em relação à eleição anterior em 2022. Esse índice é o mais alto desde 1981, refletindo o interesse despertado pelo pleito entre os eleitores franceses.
Com mais de dois terços dos inscritos previstos para votar, a participação pode atingir níveis não vistos desde 1997, quando alcançou 67,9%. A possibilidade de a ultradireita se tornar o bloco majoritário na Assembleia Nacional pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial está gerando expectativas. Nas eleições europeias, o partido de Le Pen obteve cerca de 32% dos votos, e as projeções atuais indicam um aumento para cerca de 37%.
Enquanto isso, a união de esquerda Nova Frente Popular está em segundo lugar, com aproximadamente 28% das intenções de voto. O partido centrista de Macron, Juntos, deve conquistar cerca de 20% dos votos, refletindo seu desempenho semelhante nas eleições da UE. Macron, que antecipou as eleições legislativas com a expectativa de que o temor causado pela ultradireita impulsionaria o eleitorado para o centro, enfrenta desafios inesperados.
Embora a votação não afete diretamente a permanência de Macron no cargo até o final de seu mandato em 2027, uma vitória da extrema direita poderia resultar na formação de um governo de oposição. O sistema semipresidencialista da França permite essa possibilidade, que poderia levar a um governo de coabitação, semelhante ao período entre Chirac e Jospin.
As eleições antecipadas se tornaram um referendo sobre o ‘macronismo’, com o presidente enfrentando críticas por suas reformas impopulares. O desgaste de sete anos no poder e as crescentes críticas à sua gestão levaram alguns eleitores a considerar alternativas, como o RN. Emmanuel Ringuet, um técnico de 53 anos, expressou sua insatisfação com as políticas de Macron, destacando preocupações com os serviços públicos e a segurança em sua cidade.
Uma possível vitória do RN poderia impactar a autoridade de Macron, especialmente em um momento crucial para a França, que se prepara para sediar os Jogos Olímpicos em 26 de julho. O resultado das eleições legislativas não apenas influenciará o futuro político do país, mas também terá repercussões significativas para o presidente Macron e seu governo.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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