Pesquisa: febre Mayaro, zoonose silvestre. Brasil e exterior. Lenhadores, pescadores. Mata: atividades, mosquitos silvestres, hospedeiarios acidentais. Instituições: pesquisa (143 caracteres)
Uma pesquisa conduzida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) constatou a presença do vírus do Mayaro entre indivíduos no Estado de Roraima. O vírus do Mayaro, também conhecido como MAYV, é transmitido por mosquitos silvestres e causa a febre do Mayaro, enfermidade com sintomas parecidos com os da dengue e do chikungunya – febre, dores no corpo, fadiga, além de dor e inchaço nas articulações.
Além disso, a pesquisa revelou que o vírus do Mayaro está se espalhando rapidamente na região, tornando-se uma preocupação para as autoridades de saúde. O MAYV tem potencial para causar impactos significativos na população, exigindo medidas preventivas eficazes para conter sua propagação.
Alerta: Vírus do Mayaro se Espalha pela Região
A recente descoberta da circulação do vírus do Mayaro entre pessoas, inclusive na zona urbana de Roraima, tem gerado preocupações sobre a disseminação dessa doença. A pesquisa, realizada por diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, revelou que o MAYV foi encontrado em 3,4% das amostras de soro de mais de 800 pacientes com febre analisadas no Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima entre 2020 e 2021.
Historicamente, a detecção do vírus do Mayaro no Brasil tem sido registrada em Estados da região Norte, como Acre, Pará e Amazonas. Em Roraima, o vírus era conhecido por ser detectado em animais silvestres, especialmente em áreas de transição entre zonas rurais e urbanas. No entanto, os resultados recentes indicam uma possível disseminação do MAYV por diferentes áreas da região.
Para Rafaela Vieira Bruno, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), mesmo com uma porcentagem pequena, a presença do vírus do Mayaro levanta preocupações e destaca a importância de medidas preventivas para evitar sua disseminação. A doença causada pelo MAYV é considerada uma zoonose silvestre, transmitida principalmente por mosquitos silvestres para animais como primatas, aves e roedores.
O homem é considerado um ‘hospedeiro acidental’ nesse ciclo de transmissão, sendo mais exposto ao vírus do Mayaro em atividades dentro da mata, como lenhadores e pescadores. Surpreendentemente, alguns dos pacientes que testaram positivo para o MAYV não relataram qualquer contato com áreas florestais, o que levanta preocupações sobre a possível transmissão do vírus em outros ambientes.
Estudos recentes indicam um potencial de disseminação do vírus do Mayaro para outras regiões do Brasil, como Mato Grosso e Goiás, e há previsões de que o patógeno possa chegar às regiões Sul e Sudeste nos próximos anos. Além disso, a possibilidade de transmissão do MAYV por mosquitos urbanos, como o Haemagogus janthinomys, levanta questões sobre a presença do vírus em áreas urbanas, incluindo a capital de Roraima, Boa Vista. A disseminação do vírus do Mayaro é um alerta para a importância de medidas preventivas e de vigilância constante para evitar surtos dessa doença.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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