Cientistas encontraram buracos-binários em núcleos-duplos de galáxias a 4 bilhões de anos-luz, sistemas-extremamente-ativos com jatos e partículas-carregadas.
Uma publicação recente no jornal científico The Astrophysical Journal revela a detecção de um par de buracos-negros orbitando o núcleo de uma galáxia localizada a quatro bilhões de anos-luz da Terra. De acordo com a pesquisa, os buracos-negros foram vistos brilhando intensamente.
O estudo também menciona a presença de quasares e blazars próximos aos buracos-negros. Esses monstros-cósmicos são objetos celestes fascinantes que desempenham um papel crucial na compreensão do universo. A interação entre os buracos-negros e os quasares fornece insights valiosos sobre os processos astrofísicos em ação.
Explorando a Fascinante Interseção de Buracos Negros e Quasares
Esse fenômeno intrigante ocorreu quando um dos buracos negros atravessou o disco de acreção do outro, resultando na criação de um quasar duplo. Os quasares são conhecidos como os núcleos extremamente ativos de galáxias distantes, compostos por buracos negros supermassivos que consomem quantidades colossais de matéria. Uma parte dessa matéria é expelida em jatos de partículas carregadas que se deslocam quase à velocidade da luz. Quando esses jatos são observados de frente, o quasar é denominado blazar, um dos monstros cósmicos mais fascinantes do universo.
Conceito artístico de um sistema binário de buracos negros. Crédito: Goddard Space Flight Center da NASA/Scott Noble
A galáxia OJ 287, um exemplo notável de blazar, chama a atenção dos astrônomos devido ao seu brilho periódico. Este fenômeno peculiar tem sido observado desde o final do século XIX e indica que a cada 12 anos, a galáxia experimenta um aumento significativo em seu brilho. Em 2014, Pauli Pihajoki, um doutorando da Universidade de Turku, na Finlândia, propôs a teoria de que esse brilho periódico é provocado por um segundo buraco negro menos massivo orbitando e interagindo com o buraco negro principal. Essa interação resulta no buraco negro menor roubando matéria do disco de acreção do buraco negro principal, gerando seu próprio jato quasar temporariamente.
Par de buracos negros foi detectado por caça-exoplanetas da NASA
Para testar essa hipótese intrigante, o TESS, Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito da NASA, juntamente com os telescópios de raios gama Swift e Fermi, realizaram observações cruciais da galáxia OJ 287. Em 12 de novembro de 2021, o TESS detectou um aumento repentino de brilho na galáxia, equivalente à energia liberada por 100 galáxias médias, confirmando a presença do jato do segundo buraco negro. Observações adicionais, especialmente do Fermi, corroboraram a significativa explosão de raios gama.
Segundo um comunicado oficial, as observações permitiram determinar as massas dos buracos negros envolvidos: o buraco negro primário possui 18,35 bilhões de massas solares, enquanto o secundário é 150 milhões de vezes mais massivo que o Sol. Em comparação, o buraco negro central da Via Láctea, Sagitário A*, tem 4,1 milhões de massas solares.
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Esse emocionante estudo destaca a importância de compreender a interação entre sistemas binários de buracos negros, quasares, blazars e outros fenômenos cósmicos. A breve duração da explosão observada em OJ 287 lança luz sobre a complexidade desses sistemas extremamente ativos no universo, revelando novos insights sobre a natureza dos buracos negros e sua influência no cosmos.
Fonte: @Olhar Digital
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