Técnica usa IA e conteúdos verdadeiros para criar adulterações realistas, como imagens e vídeos de rostos em situações incongruentes.
Deepfake é uma técnica que possibilita a utilização do rosto de um indivíduo em fotos ou vídeos manipulados com o auxílio de aplicativos com inteligência artificial (IA). Com eles, por exemplo, o rosto da pessoa na cena pode ser substituído por outro; ou o que a pessoa diz pode ser alterado. Recentemente, um grupo brasileiro de ódio a mulheres foi exposto em uma reportagem da BBC por criar imagens pornográficas falsas utilizando deepfake.
Essa forma profunda de falsificação de mídia tem levantado preocupações sobre a disseminação de informações enganosas e prejudiciais. A manipulação de conteúdo por meio de deepfake pode ter sérias consequências para a sociedade, exigindo uma abordagem cuidadosa e vigilante para combater essa prática cada vez mais sofisticada.
Deepfake: A Falsificação Profunda de Mídia
A manipulação de vídeos adulterados e realistas tornou-se mais acessível com a tecnologia conhecida como deepfake. Por meio dela, é viável inserir indivíduos em situações incongruentes ou até mesmo constrangedoras. Uma matéria veiculada pela BBC expôs um grupo de criminosos no Brasil que utiliza inteligência artificial (IA) e deepfake para produzir, sob demanda, imagens pornográficas falsas envolvendo mulheres. As transações para a criação desses deepfakes são conduzidas no aplicativo de mensagens Telegram.
Desvendando o Deepfake e sua Técnica Avançada
Mas afinal, o que significa o termo deepfake? Deepfake é uma técnica que possibilita a modificação de vídeos ou fotos por meio da inteligência artificial (IA). Com ela, é viável substituir o rosto de uma pessoa em cena pelo de outra, ou até mesmo alterar o conteúdo verbal. Esses conteúdos falsificados são gerados a partir de materiais autênticos da pessoa, os quais são manipulados por meio de aplicativos ou softwares de edição já existentes no mercado.
Deepfake na Política e suas Implicações
Uma das aplicações mais preocupantes dessas ferramentas é a produção de vídeos pornográficos com o rosto de terceiros. Em 2020, um relatório da empresa Sensity revelou que imagens pornográficas falsas de mais de 100 mil mulheres estavam sendo compartilhadas online. Além disso, as imagens adulteradas também são utilizadas no cenário político. Em 2019, a ex-presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, foi alvo de um deepfake que distorceu seu discurso autêntico, insinuando dificuldades na fala.
Deepfake ao Vivo: Uma Nova Fronteira na Manipulação de Mídia
Uma evolução recente do deepfake é o chamado ‘deepfake ao vivo’, que surgiu em 2022. Em 2023, a novela ‘Travessia’ (TV Globo) apresentou cenas em que um pedófilo se passava por uma adolescente em uma videochamada, manipulando sua voz e rosto por meio de um programa de computador. Especialistas apontam que a realização de um deepfake ao vivo de qualidade requer um poderoso computador capaz de processar as alterações em tempo real, representando um investimento significativo em equipamentos.
Fernando Oliveira, especialista em inteligência artificial da FaceFactory, destaca a importância de algoritmos na criação de deepfakes de alta qualidade. A eficiência desses algoritmos depende da quantidade de dados disponíveis, como imagem e voz da pessoa em questão. Quanto mais dados, maior a precisão do deepfake produzido, conforme explicam os especialistas no assunto.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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