Consumir alimentos ultraprocessados aumenta risco de reduzir expectativa de vida em mais de 10%, alerta Instituto Nacional do Câncer.
Consumir quantidades maiores de alimentos ultraprocessados pode reduzir a expectativa de vida em mais de 10%, conforme uma nova pesquisa envolvendo mais de meio milhão de indivíduos monitorados por especialistas ao longo de quase 30 anos.
No entanto, é importante ressaltar que a qualidade dos alimentos processados e comidas ultraprocessadas pode ter um impacto significativo na saúde a longo prazo. Por isso, é essencial buscar uma alimentação equilibrada e variada, priorizando alimentos frescos e minimamente processados.
Impacto dos Alimentos Ultrprocessados na Expectativa de Vida
O risco associado aos alimentos ultraprocessados aumentou para 15% nos homens e 14% nas mulheres, conforme ajustes feitos após a análise dos dados, de acordo com Erikka Loftfield, a principal pesquisadora do estudo realizada no Instituto Nacional do Câncer em Bethesda, Maryland.
Perguntadas sobre o consumo de 124 tipos de alimentos, as pessoas com maior consumo de alimentos ultraprocessados, no percentil 90, indicaram que as bebidas excessivamente processadas eram suas principais escolhas. ‘Refrigerantes dietéticos foram os principais contribuintes para o consumo de alimentos ultraprocessados, seguidos pelos refrigerantes açucarados’, afirmou Loftfield. Ela ressaltou que as bebidas desempenham um papel crucial na dieta e são uma parte significativa dos alimentos ultraprocessados.
Além disso, o estudo revelou que os grãos refinados, como pães e produtos de panificação ultraprocessados, ocuparam o segundo lugar em popularidade entre os participantes. Carlos Monteiro, professor emérito de nutrição e saúde pública da Universidade de São Paulo, destacou a importância do estudo como mais uma evidência da ligação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a mortalidade por diversas causas, especialmente doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
Monteiro, que é conhecido por cunhar o termo ‘alimentos ultraprocessados’ e por desenvolver o sistema de classificação de alimentos NOVA, que vai além da análise dos nutrientes para considerar o processo de fabricação dos alimentos, não participou do estudo, mas vários colaboradores do sistema NOVA estiveram envolvidos como coautores.
O sistema NOVA classifica os alimentos desde os não processados ou minimamente processados, como frutas e vegetais, até os ultraprocessados, como carnes frias e salsichas. Os alimentos ultraprocessados são caracterizados por ingredientes que raramente são utilizados em cozinhas domésticas, incluindo aditivos projetados para melhorar o sabor e a aparência dos produtos finais.
Os riscos à saúde associados aos alimentos ultraprocessados foram destacados no estudo preliminar apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Nutrição em Chicago. Os pesquisadores analisaram dados dietéticos de quase 541 mil americanos com idades entre 50 e 71 anos, coletados em 1995 como parte do Estudo de Dieta e Saúde do NIH-AARP, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA. Essa análise foi fundamental para entender a relação entre a alimentação e a longevidade da população.
Fonte: © CNN Brasil
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