Em evento do Grupo Esfera, Rubens Ometto critica voracidade tributária do governo, mas final ameniza polêmica com classe empresarial e equipe econômica.
GUARUJÁ (SP) – A semana foi agitada por uma controvérsia envolvendo a equipe econômica e o setor empresarial, que resultou em críticas à voracidade tributária do governo federal devido às alterações na MP da desoneração da folha de pagamento de 17 setores, culminando no sábado, 8 de junho, durante os debates do Fórum Esfera Guarujá 2024.
As discussões acaloradas sobre a desoneração da folha de pagamento e a isenção de pagamento ganharam destaque no evento, revelando a complexidade das políticas fiscais e a necessidade de um diálogo construtivo entre as partes interessadas. A busca por soluções equilibradas e justas continua sendo um desafio para o cenário econômico atual.
Desoneração da Folha: Críticas e Reclamações do Empresariado
O debate matinal foi palco para as críticas de Rubens Ometto, líder e presidente do conselho da Cosan, que ecoaram as queixas de boa parte da classe empresarial em relação às recentes medidas divulgadas pela equipe econômica em 4 de junho, visando compensar a isenção de pagamento da folha de 17 setores. A iniciativa, projetada para gerar uma arrecadação adicional de R$ 29,2 bilhões, foi interpretada pelos setores afetados e pela comunidade empresarial, de forma geral, como uma tentativa questionável da equipe econômica de aumentar os impostos e, ao mesmo tempo, melhorar as contas fiscais do governo.
O tema continuou em destaque no encerramento do evento, com um tom mais conciliador, evidenciando a intenção de separar a desoneração da discussão mais ampla sobre o cenário político e econômico do país. O primeiro painel, sob o título abrangente de ‘Visões gerais da Nação’, foi inaugurado por Camila Funaro Camargo, CEO da Esfera.
Apesar do discurso equilibrado, a fala de Camargo refletiu, em parte, a insatisfação da equipe empresarial. Após mencionar indicadores macroeconômicos relevantes de 2023, como o crescimento do PIB e a inflação controlada, a CEO apontou problemas persistentes que impactam diretamente o aumento da dívida pública e a taxa de investimento.
Durante o painel, com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, Ometto intensificou suas críticas. Após elogiar avanços anteriores, o empresário enfatizou a necessidade de correções no atual cenário fiscal, criticando a abordagem do governo em relação ao aumento de despesas.
O tom do debate mudou no último painel, intitulado ‘O futuro da economia do Brasil’, onde a discussão sobre a desoneração da folha continuou a ser tema central. Os participantes abordaram a voracidade tributária, destacando a necessidade de equilíbrio entre arrecadação e incentivo ao empreendedorismo. A isenção de pagamento e as medidas fiscais foram debatidas com cautela, ressaltando a importância de políticas que estimulem o crescimento econômico de forma sustentável.
Fonte: @ NEO FEED
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