Números mistos em assinantes Disney+: negativas, mas receitas de parques superaram expectativas (1Q). Resultados: lucro por ação, Disney+ números; perdas menores, ajustáveis, negócios streaming; receita segmento experiências; lucro operacional; vendas conteúdo licenciamento.
Uma reviravolta surpreendente para a empresa de entretenimento mais mágica do mundo, a Disney, quando suas ações na bolsa de Nova York afundaram mais de 9% no dia 7 desta terça-feira. O resultado do 1º trimestre divulgado antes da abertura do mercado não foi muito bem recebido pelos investidores, gerando essa queda inesperada.
Apesar do revés com as ações da Disney, a empresa mantém seu papel icônico no mercado de entretenimento. As estratégias futuras e os próximos passos da Disney serão aguardados com expectativa pelo mercado financeiro, que busca entender melhor o impacto dos resultados trimestrais no desempenho da empresa.
Desempenho Misturado da Disney no 1º Trimestre
No recente balanço trimestral, os números da Disney demonstraram resultados mistos. Enquanto a receita ficou ligeiramente abaixo das expectativas, atingindo US$ 22,08 bilhões em comparação com os US$ 22,10 bilhões esperados, o lucro por ação superou as projeções, chegando a US$ 1,21 contra os US$ 1,12 previstos. No entanto, a surpresa veio com a quantidade de assinantes do Disney+, que ficou em 153,6 milhões, abaixo dos 155,7 milhões esperados.
Os analistas Paulo Gitz e Maria Irene Jordao da XP apontam que a melhoria da lucratividade se deveu às perdas menores no segmento de streaming. Os ganhos alcançaram US$ 18 milhões, contrastando com a perda de US$ 659 milhões registrada no mesmo período do ano anterior.
A empresa agora aguarda por um desempenho mais robusto no terceiro trimestre de 2024, após um segundo trimestre impactado por ajustes contábeis ligados às operações na Índia. Segundo as previsões, seria a primeira vez na história que o negócio apresentaria números positivos nesse período.
O Universo da Disney: Segmentos em Foco
A Disney estrutura suas operações em três principais frentes: Entretenimento, Esportes e Parques e Experiências. No último trimestre, o segmento de experiências, englobando os parques temáticos, registrou um aumento de 9,8% na receita, totalizando US$ 8,4 bilhões. O lucro operacional também teve um crescimento notável, subindo 12,3% para US$ 2,29 bilhões, superando as expectativas.
Por outro lado, o segmento de TV da Disney enfrentou desafios, refletindo a tendência de redução do uso de TV a cabo. Enquanto a receita da ESPN cresceu 3%, atingindo US$ 4,21 bilhões, o lucro operacional caiu 9% para US$ 799 milhões. A inclusão da ESPN+ contribuiu para que os negócios de streaming tivessem perdas de US$ 18 milhões no trimestre.
As vendas de conteúdo, licenciamento e outras receitas sofreram uma queda significativa de 40%, chegando a US$ 1,39 bilhão, devido à ausência de grandes sucessos de bilheteria. Esta falta de blockbusters afetou diretamente o desempenho financeiro da Disney nesse segmento.
Projeções e Perspectivas Futuras da Disney
Apesar dos desafios enfrentados, a Disney elevou sua projeção de crescimento do lucro por ação para 2024 de 20% para 25%. Entretanto, analistas como Gitz e Jordão destacam que o mercado já esperava uma taxa de 25,5%, indicando um possível descompasso de expectativas.
O Bank of America reiterou sua recomendação de compra para as ações da Disney, estabelecendo um preço-alvo de US$ 145. Elogiando os resultados sólidos da empresa, o banco ressaltou a qualidade dos ativos da Disney, tanto em termos de conteúdo quanto de parques temáticos. O valor de fechamento das ações foi de US$ 105,51, evidenciando o interesse do mercado nas perspectivas futuras da gigante do entretenimento.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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