Equipamento de comunicação móvel antecedeu os celulares, popular nas décadas de 80 e 90, conhecido como ‘bipes’, utilizando tecnologias de comunicação de rádio para transmissões telefônicas.
Na terça-feira (17), dezenas de pagers utilizados por membros do grupo armado Hezbollah explodiram no Líbano, resultando em vítimas fatais e feridos. Esses dispositivos de comunicação, que foram invadidos e hackeados, são um meio de envio de mensagens que remonta às décadas de 1950 e 1960.
Os pagers, que foram um precursor dos modernos dispositivos móveis, foram utilizados pelo grupo para comunicação rápida e eficaz. No entanto, a invasão e o hackeamento desses dispositivos de envio de mensagens, incluindo bipes, revelaram uma vulnerabilidade significativa na segurança da comunicação do grupo. A tecnologia de comunicação móvel evoluiu significativamente desde a época dos pagers.
O Pager: Um Dispositivo de Comunicação Móvel do Passado
O pager, também conhecido como ‘bipe’ no Brasil, foi um dispositivo de comunicação móvel que se popularizou nas décadas de 1980 e 1990, antes do surgimento dos celulares. Esses dispositivos utilizavam transmissões de rádio para permitir que as pessoas enviassem e recebessem mensagens curtas. Cada pager possuía um código único, semelhante a um número de telefone, que era necessário para enviar mensagens para o destinatário.
A comunicação por meio de pager não era direta, como enviar um WhatsApp ou um SMS. Para se comunicar com alguém, era necessário ligar para uma central telefônica e informar a um atendente para qual número se desejava enviar uma mensagem. A mensagem então aparecia na tela do pager do destinatário. Os pagers podiam ser unidirecionais, apenas recebendo mensagens, ou bidirecionais, permitindo que o usuário respondesse.
Com o tempo e o desenvolvimento de outras tecnologias de comunicação, os pagers deixaram de ser tão usados. No entanto, atualmente, o seu uso é associado a uma forma de reduzir os riscos de invasões ou minimizar as suas consequências. Isso ocorre porque, diferente dos smartphones, os pagers não usam internet, mas sim ondas de rádio, o que dificulta a sua invasão. Além disso, o risco de exposição de dados após uma invasão de pagers é menor, já que eles não suportam muitas informações.
Pagers do Hezbollah: Um Caso de Uso em Conflitos
Não há informações sobre a tecnologia dos pagers utilizados pelo Hezbollah, um grupo armado apoiado pelo Irã. No entanto, é sabido que eles passaram a ser usados depois que o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu a seus combatentes que parassem de usar smartphones, pois o país vizinho, Israel, poderia rastrear os aparelhos. Os pagers não têm geolocalização, o que os torna mais seguros para uso em conflitos.
De acordo com a Al Jazeera, fontes da segurança libanesa informaram que os pagers que explodiram foram importados pelo Hezbollah há 5 meses. Dentro dos equipamentos, foram identificadas cargas explosivas de até 20 gramas. A forma como a carga explosiva foi ativada ainda está sendo investigada. Especialistas ouvidos pela Associated Press já haviam indicado duas possibilidades: a implantação de explosivos nos pagers ou o envio de um pulso eletrônico que provocou a explosão.
Um membro do Hezbollah disse à agência que os pagers esquentaram antes de explodir. Os equipamentos eram de uma marca que não era comumente usada pelo grupo. Após o incidente, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente. A explosão dos pagers matou três pessoas e deixou mais de 2 mil feridas.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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