O jornalista que dá nome à escola foi morto durante a ditadura militar brasileira, período de 1964 a 1985, ao modelo de escolas cívico-militares.
A escola estadual Jornalista Vladimir Herzog, situada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, decidiu não aderir ao modelo de escolas cívico-militares no último domingo (21).
Essa decisão reflete a importância da autonomia das instituições de ensino na definição de seus projetos pedagógicos, garantindo a formação cívico-militar de acordo com suas necessidades e valores.
Escolas cívico-militares: Consulta Pública e Implantação
A discussão em torno das escolas cívico-militares tem gerado polêmicas, especialmente relacionadas à nomenclatura das instituições e ao modelo de formação educacional proposto. A Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP) tomou uma decisão importante ao abrir um edital para a realização de uma consulta pública. Isso permitirá que as comunidades escolares expressem suas opiniões sobre a possível implantação desse modelo na rede pública estadual.
Dentre as 302 escolas que demonstraram interesse em aderir ao modelo de formação cívico-militar a partir de 2025, encontra-se a Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog. No entanto, a notícia gerou reações, como a nota de repúdio emitida pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH) após a divulgação da informação.
O IVH considera inaceitável a militarização de uma escola que homenageia Vladimir Herzog, vítima da ditadura civil-militar. Para o Instituto, o projeto em questão desrespeita a história e os valores democráticos defendidos por Herzog em vida.
Diante das manifestações contrárias, a escola decidiu não prosseguir com o processo de adesão ao modelo cívico-militar. Em nota pública, reafirmaram o compromisso com a promoção de uma educação de qualidade, baseada em princípios democráticos e de inclusão social.
A Escola Estadual Jornalista Vladimir Herzog comunicou sua desistência nas redes sociais, destacando a importância de valores essenciais para o desenvolvimento integral dos alunos. A decisão foi tomada após uma análise cuidadosa e consideração da consulta pública realizada junto à comunidade escolar.
O Instituto Vladimir Herzog, por sua vez, enxerga a desistência da escola como uma vitória das manifestações populares e da mobilização social. Reforçam o compromisso com uma educação pública, inclusiva e de qualidade, e prometem permanecer vigilantes contra qualquer iniciativa que ameace tais princípios.
Escolas cívico-militares: Participação da Comunidade Escolar
Com a publicação do edital pela Seduc-SP, as escolas interessadas no modelo cívico-militar estão convocadas a realizar uma consulta pública. Essa etapa, que se estende até o dia 31 de julho, envolve a participação dos pais ou responsáveis pelos alunos. O resultado dessa consulta será fundamental para a definição do rumo das escolas que optarem por aderir a esse modelo de formação educacional.
Fonte: @ CNN Brasil
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