A estratégia inclui estações disseminadoras de larvicidas (EDLs) para expansão da estratégia, capacidade dos envolvidos e uso de piriproxifeno.
O Ministério da Saúde publicou um comunicado estabelecendo um procedimento para ampliar a estratégia desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. A estratégia da Fiocruz tem como objetivo principal reduzir a proliferação do mosquito e, consequentemente, os casos dessas doenças.
Essa estratégia envolve a implementação de um plano integrado de ações, que inclui táticas de monitoramento, controle e prevenção. A Fiocruz desenvolveu um método inovador que tem se mostrado eficaz no combate ao Aedes aegypti, e a parceria com o Ministério da Saúde visa disseminar essas práticas por todo o país, visando a redução dos casos de arboviroses. A importância de uma estratégia bem definida e a adoção de táticas eficazes são fundamentais para o sucesso no controle do mosquito e na proteção da população contra essas doenças.
Estratégia de controle de mosquitos: Expansão da estratégia inovadora
A expectativa é de que a conversão da medida em política pública de abrangência nacional contribua para reduzir as populações dos insetos, sobretudo em cidades maiores. A estratégia envolve as chamadas estações disseminadoras de larvicidas (EDLs). Trata-se de potes com dois litros de água parada que são distribuídos em locais onde há proliferação dos mosquitos.
Em busca de um local para depositar seus ovos, as fêmeas se sentem atraídas. No entanto, antes de alcançarem a água, elas são surpreendidas por um tecido sintético que recobre os potes e que está impregnado do larvicida piriproxifeno. A substância acaba aderindo ao corpo das fêmeas que pousam na armadilha. Dessa forma, elas mesmas levarão o larvicida para os próximos criadouros que encontrarem, afetando o desenvolvimento dos ovos e as larvas ali depositados.
De acordo com a nota informativa 25/2024, editada há duas semanas pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, o fluxo para a adoção das EDLs envolve cinco etapas: manifestação de interesse do município, assinatura de acordo de cooperação técnica com a pasta e com a Fiocruz, validação da estratégia com a secretaria de saúde do respectivo estado, realização de capacitações com os agentes locais e monitoramento da implementação.
A estratégia deverá ser expandida gradativamente pelo país levando em conta a capacidade dos envolvidos nas três esferas: nacional, estadual e municipal. Inicialmente, esse trabalho contempla 15 cidades. Elas foram escolhidas com base em alguns critérios: população superior à 100 mil habitantes; alta notificação de casos de dengue, chikungunya e zika nos dois últimos anos; alta infestação por Aedes aegypti; e disponibilidade de equipe técnica operacional de campo.
As EDLs são uma inovação desenvolvida por pesquisadores da Fiocruz que atuam no Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA). Estudos para avaliar a estratégia começaram a ser financiados pelo Ministério da Saúde em 2016, quando a pasta passou a buscar novas possibilidades para o controle das populações de Aedes aegypti em meio à ecolosão de uma epidemia de zika.
Testes realizados até 2022 em 14 cidades brasileiras, de diferentes regiões do país, registraram bons resultados. De acordo com os pesquisadores, as fêmeas visitam muitos criadouros, colocando poucos ovos em cada um. Os estudos mostraram que aquelas que pousam na armadilha, acabam disseminando o larvicida em um raio que pode variar entre 3 e 400 metros.
Os pesquisadores consideram que a estratégia permite superar algumas barreiras enfrentadas por outros métodos de combate às populações de mosquitos. Como é o próprio inseto que propaga o larvicida, é possível alcançar criadouros situados em locais inacessíveis e indetectáveis, como dentro de imóveis fechados e em áreas de difícil acesso nas comunidades com urbanização precária.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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