Suspensão de atividades no Pavilhão João Lyra Filho gera confronto com seguranças, prejudicando benefícios da comunidade acadêmica.
Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) retomam a ocupação do Bloco A, edifício central do campus Praia Vermelha. Eles manifestam sua insatisfação com as alterações nas diretrizes para a distribuição de bolsas e apoios de assistência estudantil que deixam de fora mais de 800 estudantes. As aulas e os serviços administrativos no Bloco A foram interrompidos nesta quinta-feira (22).
Os alunos e universitários da Universidade Federal Fluminense (UFF) organizam um movimento de apoio aos estudantes da UFRJ. Eles se solidarizam com a luta pela garantia de acesso igualitário aos benefícios de assistência estudantil. A comunidade acadêmica da UFF se mobiliza para pressionar as autoridades a reverem as novas políticas que afetam diretamente os estudantes mais vulneráveis.
Estudantes ocupam edifício da Uerj em protesto por benefícios acadêmicos
A ocupação do edifício ocorreu na noite desta terça-feira (20). No último dia 14, os alunos já haviam ocupado o Pavilhão João Lyra e a ação acabou em confronto com seguranças e servidores da universidade. O grupo acabou recuando, mas agora voltou a ocupar o edifício. Para a Uerj, a ocupação é inaceitável. A reitoria entende como inaceitável e descabido o sequestro de um prédio público, com claros e imediatos prejuízos a toda comunidade acadêmica, por um grupo que já deu todas as provas de não querer negociar, diz a universidade em nota. A Uerj acrescenta que os universitários já haviam usado de violência, chegando a suspender uma sessão do Conselho Universitário. Eles invadiram o plenário, chegando à Secretaria dos Conselhos e tentando impedir a saída dos conselheiros, fazendo uso do mesmo expediente do ‘cordão humano’. O gesto inaceitável, por cercear o direito de ir e vir dos participantes, deixou pessoas feridas – um conselheiro e um membro da equipe da Reitoria –, que registraram boletins de ocorrência sobre o fato. A universidade apela pelo fim do movimento: ‘A reitoria espera que a razão prevaleça e o movimento recue na posição de sequestrar os espaços que não pertencem exclusivamente a ele, mas a toda a comunidade uerjiana, composta por 35 mil estudantes, 3 mil docentes e quase 6 mil servidores técnicos administrativos’. Os alunos negam que tenha havido qualquer início de violência por parte deles e dizem ainda que durante a sessão do Conselho Universitário respeitaram as falas dos presentes. Segundo os estudantes, um professor chegou a agredir um aluno e o universitário fez também um boletim de ocorrência. O movimento diz ainda que a reitoria não entrou em para que houvesse uma negociação e que a última reunião com a reitoria, enquanto ocupação, ocorreu no dia 6 de agosto. Os estudantes ocupam a reitoria da Uerj há três semanas. Eles pedem a revogação do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, que estabelece, entre outras medidas, que o auxílio alimentação passará a ser pago apenas a estudantes cujos cursos tenham sede em campi que ainda não têm restaurante universitário. O valor do auxílio alimentação será de R$ 300, pago em cotas mensais, de acordo com a disponibilidade orçamentária. Além disso, o ato estabelece, como limite para o recebimento de auxílios e Bolsa de Apoio a Vulnerabilidade Social, ter renda familiar bruta, por pessoa, igual ou inferior a meio salário mínimo vigente, no momento da concessão da bolsa. Atualmente, esse valor é equivalente a até R$ 706. Para receber auxílios, a renda precisa ser comprovada por meio do Sistema de Avaliação Socioeconômica (ASE). As novas regras, segundo a Uerj, excluem 1,2 mil estudantes, que deixam de se enquadrar nas exigências para recebimento de bolsas. Entre as razões pelas quais as regras foram modificadas está a falta de orçamento. Os estudantes pedem que a reitoria se empenhe em conseguir recursos e que priorize a assistência estudantil. ‘Nós não somos inimigos, mas a reitoria.
Fonte: @ Agencia Brasil
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