Pesquisas avisam que gastroparesia, um grave e raro efeito colateral, pode afetar usuários de agonistas GLP-1, como Wegovy, Ozempic e Zepbound. Estudos baseados em grandes coleções de registros de pacientes identificam risco, especialmente para aqueles que experimentam redução de circunferência abdominal e testes médicos. Interrupção de medicamentos é recomendada em casos de gastroparesia, que pode causar problemas cardíacos.
Medicamentos injetáveis que tratam diabetes e obesidade podem aumentar a chance de desenvolver um efeito colateral incomum, porém sério: paralisia gástrica, de acordo com informações recentes sobre o uso desses medicamentos na prática clínica. Pelo menos três novas pesquisas baseadas em extensos registros de pacientes indicam que o risco de ser diagnosticado com paralisia gástrica, também conhecida como gastroparesia, é mais elevado em indivíduos que fazem uso de agonistas do GLP-1 em comparação com aqueles que não utilizam. Esses estudos ainda não foram revisados por especialistas externos nem publicados em periódicos médicos, portanto, os dados são considerados preliminares.
Além disso, a condição do estômago ou estômago paralisado pode representar um desafio significativo para os pacientes que fazem uso desses medicamentos, exigindo uma monitorização cuidadosa dos sintomas e um acompanhamento médico regular. É essencial que os profissionais de saúde estejam atentos a possíveis sinais de paralisia gástrica em pacientes em tratamento com agonistas do GLP-1, a fim de garantir uma abordagem adequada e o manejo eficaz dessa condição do trato gastrointestinal.
Estudos sobre a Paralisia Gástrica, Gastroparesia
Dois estudos foram apresentados no sábado na conferência médica Digestive Disease Week 2024 em Washington, nos Estados Unidos; o terceiro estava programado para ser apresentado na segunda-feira (20). Os medicamentos injetáveis chamados agonistas do GLP-1 estão em alta demanda porque se mostraram muito eficazes para perda de peso. Em ensaios clínicos, alguns dos medicamentos mais fortes, como Wegovy e Zepbound, ajudaram as pessoas a perder pelo menos 10% do peso inicial. Estudos também concluíram que eles têm benefícios para o coração, além de ajudarem na redução da circunferência abdominal. A fabricante de medicamentos Novo Nordisk disse que 25.000 pessoas estão começando a usar Wegovy toda semana só nos EUA. Os medicamentos reduzem a fome ao retardar a passagem dos alimentos pelo estômago. Eles também ajudam o corpo a liberar mais insulina e enviam sinais ao cérebro que diminuem os desejos. Em algumas pessoas, no entanto, esses medicamentos também podem causar episódios de vômito, que podem variar de desagradáveis a graves e podem requerer atenção médica. Eles também podem retardar tanto o estômago que testes médicos mostram uma condição chamada gastroparesia. Na maioria das vezes, dizem os médicos, a gastroparesia melhora após a interrupção do medicamento. Mas algumas pessoas relatam que sua condição não melhorou mesmo meses após a interrupção do medicamento, com consequências que alteram a vida. Medindo o risco de gastroparesia Nos novos estudos, o risco de gastroparesia parece ser raro, mas consistente. Comparado com pessoas similares que não tomaram medicamentos GLP-1, aqueles que tomaram tiveram cerca de 50% mais risco de serem diagnosticados com a condição. Um estudo baseado em grande coleção de registros de pacientes, liderado por pesquisadores dos University Hospitals em Cleveland, nos Estados Unidos, utilizou registros coletados pelo banco de dados TriNetX, que inclui milhões de registros de pacientes de 80 organizações de saúde contribuintes. A análise focou em adultos obesos, com índice de massa corporal superior a 30, mas que não tinham diagnóstico de diabetes e não haviam sido diagnosticados com gastroparesia ou pancreatite pelo menos seis meses antes de começar a tomar um medicamento GLP-1. Registros de mais de 286.000 pacientes foram incluídos no estudo. O diabetes por si só também pode aumentar o risco de gastroparesia, especialmente se o nível de açúcar no sangue de uma pessoa não estiver bem controlado por um longo período de tempo. Entre as pessoas que receberam prescrição de um medicamento GLP-1 para perda de peso – como semaglutida (comercializada como Ozempic e Wegovy), exenatida (Byetta) e liraglutida (Victoza) – 10 a cada 10.000, ou 0,1%, foram diagnosticadas com gastroparesia pelo menos seis meses depois. Em comparação, 4 a cada 10.000 pessoas, ou 0,04%, que foram diagnosticadas com gastroparesia não tinham tomado medicamentos GLP-1. A paralisia do estômago, condição do estômago, estômago paralisado, é um desafio para muitas pessoas, e é importante entender os riscos e benefícios dos medicamentos. A interrupção de medicamentos pode ser uma opção para aqueles que experimentam efeitos colaterais graves, como a gastroparesia. É crucial que os pacientes estejam cientes dos possíveis efeitos colaterais e conversem com seus médicos sobre suas preocupações. A pesquisa contínua é essencial para melhor compreender como esses medicamentos afetam o corpo e como mitigar quaisquer riscos potenciais. A conscientização sobre a paralisia gástrica, gastroparesia, e outras condições relacionadas é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes.
Fonte: © CNN Brasil
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