Estudo da paleobotânica revela como criaturas e plantas globais se adaptariam em florestas densas durante a crise climática.
Uvas têm desempenhado um papel fundamental ao longo da história da humanidade, sendo essenciais para a produção de vinhos consumidos por nossos antepassados há milhares de anos. Acredita-se que a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, tenha aberto caminho para o florescimento das uvas e outras frutas, conforme revelado por uma nova pesquisa. A recente descoberta de sementes fossilizadas de uva na Colômbia, Panamá e Peru, datadas de 19 milhões a 60 milhões de anos, lança luz sobre a jornada dessas bagas em meio às densas florestas do planeta.
As videiras, responsáveis pela produção das uvas, demonstram uma incrível capacidade de adaptação ao longo dos milênios, estabelecendo-se em diversos ecossistemas ao redor do mundo. A presença dessas frutas em diferentes regiões, desde a América do Sul até a Europa, reflete a sua importância histórica e cultural. As uvas continuam a ser apreciadas e cultivadas em larga escala, perpetuando a sua relevância no cenário global das frutas.
Descoberta de sementes de uvas antigas no Hemisfério Ocidental
Uma das descobertas mais recentes revela a presença de sementes de uvas, representando as frutas mais antigas encontradas nesta região do mundo. O estudo, publicado na revista Nature Plants em uma segunda-feira, destaca a importância desses espécimes na compreensão da história das plantas. Fabiany Herrera, curador assistente de paleobotânica no Field Museum, compartilhou que as uvas descobertas são significativamente mais jovens do que aquelas encontradas em outras partes do globo.
A presença de uvas em registros fósseis é fundamental para reconstruir a história das plantas ao longo do tempo. Enquanto os tecidos moles das criaturas raramente são preservados, as sementes têm uma maior probabilidade de fossilização. Essas descobertas auxiliam os cientistas na reconstrução da árvore-da-vida e na compreensão das mudanças nas florestas globais ao longo das eras.
O estudo destaca a importância da extinção dos dinossauros no impacto das plantas, incluindo as uvas. Herrera enfatiza que o evento teve um efeito significativo na reorganização das florestas e na diversidade das plantas. A busca por fósseis de sementes de uva tem sido um desafio, levando os pesquisadores a explorarem diversas regiões, como a Índia e, mais recentemente, os Andes colombianos.
Durante uma expedição em 2022, Herrera e Mónica Carvalho fizeram uma descoberta emocionante: uma semente de uva de 60 milhões de anos, a mais antiga encontrada na América do Sul. O fóssil, encontrado em uma rocha, representa um marco na pesquisa paleontológica, evidenciando a presença ancestral das uvas nessa região. A emoção de encontrar esse fóssil raro ressalta a importância da preservação e exploração contínua das riquezas da natureza.
Fonte: © CNN Brasil
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