Esforço mental em tarefas desafiadoras pode causar sensações desagradáveis.
Quanto mais esforço mental é empregado, maior pode ser a sensação de desconforto. Imagem: iStock / Jairo Bouer Se alguém mencionar que está com dor de tanto pensar, talvez não seja uma hipérbole.
É importante reconhecer que o esforço mental pode gerar desconforto, mas também pode ser extremamente gratificante. Às vezes, é preciso pensar muito para encontrar soluções inovadoras.
Estudo revela a relação entre esforço mental e sensações desagradáveis
De acordo com um estudo recente divulgado pela Associação Americana de Psicologia, o esforço mental substancial está frequentemente associado a sensações desagradáveis em diversas situações. Enquanto muitas pessoas apreciam tarefas mentalmente desafiadoras, é comum que os professores incentivem seus alunos a se envolverem nelas. No entanto, pesquisadores da Universidade Radboud, nos Países Baixos, descobriram que, de maneira geral, as pessoas não têm muita afinidade por atividades que demandam esforço mental.
Os resultados de uma meta-análise publicada no Psychological Bulletin, que analisou 170 estudos envolvendo 4.670 participantes de 29 países, revelaram que o esforço mental está diretamente relacionado a sensações desagradáveis, como frustração, irritação, estresse e aborrecimento. Independentemente da população estudada (profissionais da saúde, militares, atletas amadores, estudantes universitários, entre outros) e das tarefas cognitivas realizadas, quanto maior o esforço mental exigido, maior o desconforto relatado pelos participantes.
Em suas conclusões, o autor sênior Erik Bijleveld destacou a importância de considerar a aversão ao esforço mental ao projetar atividades, ferramentas e materiais educacionais. Ele ressaltou a necessidade de oferecer suporte e recompensas adequadas às pessoas que se dedicam a tarefas mentalmente desafiadoras. Além disso, Bijleveld observou que a relação entre esforço mental e sentimentos adversos pode variar de acordo com a história de aprendizagem de cada indivíduo.
Uma descoberta intrigante do estudo foi a diferença na intensidade da aversão ao esforço mental entre participantes de países asiáticos, europeus e norte-americanos. Os estudantes do ensino médio em países asiáticos, que geralmente enfrentam exigências acadêmicas mais rigorosas, parecem desenvolver uma maior tolerância ao esforço mental desde cedo em comparação com seus colegas ocidentais. Essa observação ressalta a influência da cultura e da experiência individual na percepção do esforço mental e suas consequências emocionais.
Fonte: @ Terra
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