Ex-funcionária trans apresentou queixa em juizado contra loja ‘O Boticário’: violência psicológica, preconceito, imoderadas cobranças, relatórios de desempenho, WhatsApp-grupos, funcionários menos vendidos, crises, ansiedade inicial, depressão iniciada.
Uma ex-funcionária trans entrou com um processo contra a loja ‘O Boticário’ localizada no Manaira Shopping, em João Pessoa, alegando discriminação.⚖️ Em um processo que está em andamento na 11ª Vara do Trabalho da cidade, a mulher afirmou ter sido vítima de violência psicológica e preconceito. Ela relatou que sofreu discriminação ao ser cobrada de forma excessiva na frente dos colegas, com relatórios de desempenho enviados pela gerência da empresa nos grupos de WhatsApp para constranger e humilhar aqueles que não atingiram as metas estabelecidas.
Os relatórios de vendas eram compartilhados nos grupos das lojas, conforme apurado pelo @blogmauriliojunior, transformando os funcionários que tiveram menor desempenho naquele mês em alvos de desrespeito por parte da empresa. A situação revela um cenário preocupante de discriminação e ínjunções no ambiente de trabalho, impactando negativamente a saúde mental dos colaboradores. É fundamental combater atitudes como essa e promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e respeitoso para todos.
Discriminação no ambiente de trabalho gera impacto na saúde mental
Em um dos episódios perturbadores, a vítima teve sua identidade revelada de maneira humilhante, classificada por uma colega de trabalho de forma pejorativa. O ato de discriminação não só expôs a reclamante a um sentimento de desrespeito, mas também atingiu sua essência como pessoa. A discriminação, nesse contexto, não apenas fere a dignidade, mas também afeta diretamente a saúde mental da vítima.
A ofensa sofrida pela reclamante vai além do mero preconceito. A discriminação de que foi alvo deixou marcas profundas, desencadeando crises de ansiedade e até mesmo um início de depressão. Sentir-se desmotivada, sem prazer em atividades cotidianas e precisar buscar tratamento médico são reflexos do impacto psicológico causado por atos discriminatórios como esse.
A física não foi o único tipo de violência sofrida pela vítima. A exposição pública de uma piada de teor discriminatório também representa uma forma de violência psicológica, impondo à vítima um sofrimento desnecessário e prejudicando sua saúde mental de maneira profunda e duradoura. A discriminação, nesse sentido, não se limita a ações óbvias de preconceito, mas também se manifesta de maneira sutil e prejudicial.
A busca por justiça diante de atos de discriminação é essencial para proteger os direitos fundamentais de todos os indivíduos. A indenização requerida pela vítima é não apenas uma forma de reparação pelos danos sofridos, mas também um alerta contra a perpetuação de comportamentos discriminatórios no ambiente de trabalho. Relatórios de desempenho e avaliações profissionais não podem ser usados como instrumentos de discriminação ou para cobranças imoderadas que desrespeitem a dignidade dos funcionários.
Diante da gravidade do ocorrido, a audiência de conciliação ganha ainda mais importância. Adiar um momento crucial como esse, devido à ausência de uma testemunha, apenas prolonga a angústia da vítima e atrasa a busca por justiça. A presença das empresas em casos de discriminação é fundamental para garantir um ambiente de trabalho saudável e respeitoso para todos os seus funcionários.
A data marcada para a nova audiência, 17 de maio, representa uma oportunidade para que a vítima possa expor seus relatos, buscar reparação e, acima de tudo, combater atos de discriminação no ambiente de trabalho. A luta contra a discriminação, seja ela aberta ou velada, é essencial para garantir a dignidade e os direitos de todos os trabalhadores. A voz da vítima deve ser ouvida e respeitada, a fim de criar um ambiente de trabalho inclusivo e justo para todos.
Fonte: © Direto News
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