Profissionais de saúde do Brasil alertam sobre aumento alarmante na detecção de arboviroses. Sintomas compartilhados com a dengue incluem dores articulares intensas.
A Febre Oropouche, transmitida por mosquitos, está se alastrando de forma acelerada pelo Brasil. Segundo o mais recente relatório de arboviroses do Ministério da Saúde, foram registrados 6.973 casos da Febre Oropouche em 2024. Esse dado revela um crescimento significativo de 739% em comparação ao ano anterior.
O aumento dos casos da doença é um sinal preocupante para a saúde pública, tornando o diagnóstico vital para conter a propagação desse mal em ascensão. A conscientização da população e a implementação de medidas preventivas são essenciais para combater a disseminação da Febre Oropouche no país.
Febre Oropouche: Doença em Ascensão e Diagnóstico Vital
Desde a década de 1960, a Febre Oropouche era endêmica na região amazônica, mas agora a transmissão local do vírus já é uma realidade alarmante em diversos estados brasileiros, como Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Piauí. O último boletim de arboviroses revela um aumento significativo na detecção de casos, tornando o diagnóstico vital para o controle da doença.
Os sintomas da Febre Oropouche são semelhantes aos da dengue, incluindo febre, dores no corpo, musculares e articulares, dor de cabeça, náuseas e ocasionalmente vômitos. No entanto, as manchas na pele, comuns na dengue, são raras nessa doença. Complicações neurológicas, como meningite e encefalite, embora incomuns, podem ocorrer, destacando a importância do diagnóstico precoce.
A diferenciação entre a Febre Oropouche e outras arboviroses é um desafio devido aos sintomas compartilhados por várias doenças desse tipo. As dores articulares intensas, sem sinais inflamatórios marcantes, são características que se destacam, juntamente com a necessidade de exames laboratoriais para confirmação do diagnóstico.
A detecção precoce por meio de exames como PCR é fundamental, pois permite identificar o RNA do vírus nos estágios iniciais da doença. Após o sétimo dia, a sorologia com pesquisa de anticorpos IgM e IgG é recomendada para complementar o diagnóstico. Essas técnicas específicas são essenciais para diferenciar a Febre Oropouche de outras arboviroses.
No Brasil, o vírus Oropouche circula em ciclos silvestres e urbanos, com mosquitos arborícolas infectando humanos acidentalmente em áreas de mata. No ciclo urbano, mosquitos adaptados transmitem o vírus de humano para humano, sendo o mosquito Culicoides paraensis o principal vetor. O desmatamento e o crescimento urbano desordenado contribuem para a disseminação do vírus.
As medidas de prevenção, como controle ambiental para evitar criadouros de mosquitos e uso de repelentes, são essenciais para conter a propagação da Febre Oropouche. A falta de vacina disponível destaca a importância do tratamento focado no alívio dos sintomas, com hidratação e medicação adequada.
Apesar da maioria dos casos apresentar evolução favorável, a possibilidade de recaídas e complicações neurológicas graves ressalta a necessidade de cuidados intensivos. O monitoramento constante da doença e o controle eficaz de sua disseminação são fundamentais para evitar epidemias em larga escala e proteger a saúde pública.
Fonte: @ Veja Abril
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