Ativos nacionais pioram após discurso sobre política monetária. COPom e Federação Nacional influenciam distribuição.
Atual diretor de política monetária do Banco Central (BC) e mais cotado para assumir a presidência em 2025, Gabriel Galípolo vinha considerando a hipótese de a Selic iniciar um novo ciclo de altas em setembro. De acordo com as projeções, muitos analistas acreditam que essa elevação já está precificada nos mercados.
Em meio às expectativas em torno da política monetária, Gabriel Galípolo tem sido destaque nas discussões sobre o futuro da economia. A possibilidade de uma mudança na taxa de juros tem gerado debates intensos entre os especialistas, com Galípolo no centro das atenções. Se confirmada a trajetória de alta da Selic, o mercado financeiro passará por ajustes significativos.
Galípolo: A Incerteza na Política Monetária
Aos olhos da turma, seria uma forma de demonstrar que a nova gestão, indicada pelo governo, terá liberdade para apertos na política monetária, doa a quem doer. Nesta quinta (22), no entanto, Gabriel, Galípolo reforçou que não há certeza formada. E que será necessário ainda o BC consumir dados pelas próximas semana para o martelo ser batido. Galípolo recorreu à letra fria da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Na qual, as possibilidade são duas. Sim, uma eventual nova alta. Mas, também, sim, a manutenção da Selic nos atuais 10,50% ao ano por tempo prolongado. De uma forma ou outra, em busca de levar a inflação à meta de 3% ao ano no início de um longínquo 2026. Quando a certeza dá lugar à incerteza, em geral, os mercados tremem. E assim foi. O dia já não estava para peixe, com bolsa em queda e dólar em alta, ao sabor de dúvidas sobre os juros dos Estados Unidos. Mas, no embalo das falas de Galípolo, os movimentos se acirraram ainda mais. As falas aconteceram em evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo. Galípolo começou dizendo que tinha expectativa de falar mais especificamente sobre o setor bancário, mas que teria de falar novamente sobre política monetária. Trocando em miúdos, ele se viu na necessidade de colocar alguns pingos nos Is. O diretor afirmou que gostaria de reafirmar todas as mensagens que passou em falas anteriores e que discorda da interpretação de que suas falas recentes colocaram o BC em um ‘corner’.
Galípolo e a Pressão do Mercado
Nesta terça-feira (20), Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset, disse em evento do BTG Pactual que ‘depois de tudo que Gabriel, Galípolo falou, o BC ficou no corner’. Galípolo afirmou que, ao dizer que o BC estava indo para a próxima reunião do Copom com todas as possibilidades na mesa, isso não estava sendo transmitido adequadamente. Agora, disse, parece haver descompressão da ideia do mercado de que o BC não contava com a possibilidade de, se necessário, subir os juros. ‘Ainda que nenhum membro da diretoria do BC sentisse esse constrangimento, essa interpretação é que poderia fazer preço’, afirmou. Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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