Clássico de Stanley Kubrick explora avanços tecnológicos em cenário perturbador de conflito entre máquina e humano na ficção científica.
‘Desculpe, João, receio não poder fazer isso.’ Essas intrigantes palavras do sistema computacional HAL 9000 no longa-metragem 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) ilustram a inquietação atualmente em evidência sobre a potencial supremacia da inteligência artificial (IA) sobre os seres humanos.
A evolução da tecnologia tem proporcionado avanços significativos na área da inteligência artificial, tornando a IA uma ferramenta poderosa em diversas aplicações. A interação entre humanos e inteligência artificial vem se tornando cada vez mais comum, despertando debates acalorados sobre os limites éticos e morais da utilização da IA na sociedade contemporânea.
Inteligência Artificial: 2001: Uma Odisseia no Espaço e a Dualidade da Tecnologia
O clássico do diretor Stanley Kubrick (1928-1999) explora os avanços da tecnologia, apresentando talvez o cenário mais perturbador e impressionante do conflito entre a máquina e o ser humano da história da ficção científica no cinema. Mais de 55 anos depois da sua estreia, é possível afirmar que o tema central do filme não pode mais ser considerado ficção científica. Na verdade, pode ser classificado como profecia. O computador teve seu nome derivado da IBM – HAL são as letras imediatamente anteriores às da gigante da tecnologia, na ordem alfabética. No filme, ele é a inteligência artificial que controla todos os aspectos da nave espacial Discovery One, que se dirige ao planeta Júpiter – e da vida dos astronautas que viajam a bordo.
Sua onipresença e sua relação com a tripulação destacam a complexa dualidade entre o potencial da tecnologia avançada e os riscos que ela representa. Embora HAL esteja programado para ajudar e levar os astronautas até o seu destino, a IA começa a tomar decisões por conta própria e a impor sua vontade, com resultados catastróficos. No mundo atual, foram desenvolvidos muitos aplicativos de IA que trabalham em diversos setores. Eles têm impacto significativo sobre as nossas vidas. Sua capacidade ainda não pode ser comparada com a do HAL 9000. Mas a tecnologia avança a passos gigantescos e o futuro pode estar mais perto do que pensamos.
Inteligência Artificial: Previsões e Tecnologia Atraente
2001: Uma Odisseia no Espaço previu muitas das nossas preocupações e temores atuais sobre a inteligência artificial em cinco aspectos: Tecnologia atraente. Quando ouvimos HAL 9000 pela primeira vez no filme, sua voz (masculina) é suave e prazerosa – muito parecida com as vozes artificiais que usam atualmente os serviços de assistência virtual, como Alexa, Siri, Bixby e outros chatbots. Stanley Kubrick explicou ter decidido oferecer a interpretação do supercomputador em inglês ao ator canadense Douglas James Rain (1928-2018) porque ele tinha uma ‘espécie de sotaque gentil, transatlântico’ – ou seja, nem daqui, nem de lá. A personalidade incorpórea da máquina se apresenta como inofensiva, amigável e de fácil interação. Ela serve de companhia e distração para os astronautas.
GPT-4o: ChatGPT evolui e fica mais rápido para ouvir, conversar e descrever objetos. HAL pergunta constantemente a eles como pode servi-los e os mantém cômodos e informados. O computador chega até a jogar xadrez com eles. É fácil se sentir atraído a uma tecnologia que resolve tudo na vida. E é exatamente isso que, hoje em dia, torna os serviços interativos de assistência tão populares. Eles podem acender e apagar luzes, regular a temperatura da casa, tocar as músicas que apreciamos, jogar conosco e responder rapidamente muitas de nossas dúvidas, entre outras coisas. Uma das principais características de HAL é sua capacidade de não apenas conversar com os astronautas e entender perguntas complexas, mas também distinguir suas vozes e seu estado de espírito. Ele pode até mesmo ler seus lábios. Os aplicativos modernos não são.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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