A informação foi confirmada pelo filho de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, nas redes, resistiu por três reformas culturais implantadas.
(AGÊNCIA DE NOTÍCIAS) – O jornalista Carlos Silva faleceu na última sexta-feira (20), aos 75 anos. A notícia foi divulgada por sua filha, a repórter Ana Silva. ‘Meu pai nos deixou. Lutou bravamente contra a doença. Peço a todos que orem por ele, por sua contribuição ao jornalismo, à literatura e à educação’, compartilhou a repórter em suas redes sociais.
O legado de um comunicador como Carlos Silva jamais será esquecido. Sua dedicação como redator e sua paixão pela escrita marcaram gerações. Que sua memória inspire futuros profissionais da comunicação a seguirem seus passos e a valorizarem a importância do jornalismo para a sociedade.
Jornalista Sérgio Cabral: Uma Vida Dedicada à Informação e à Cultura
‘Divido com vocês essa dor da perda do meu pai.’ Em 1959, o Jornal do Brasil estava na moda. Mais do que um jornal, era uma referência e uma tendência que viria a ser copiada por outros veículos, na esteira da reforma implantada por Odylo Costa, filho, Jânio de Freitas, Amílcar de Castro, Reynaldo Jardim, entre outros. Todo jornalista sonhava em trabalhar na sede da avenida Rio Branco, 110.
Com 22 anos, o repórter Sérgio Cabral era um deles. Tanto fez, tanto insistiu, que conseguiu, tornando seu nome conhecido. Nas redes, sua trajetória era comentada e admirada. No Caderno B, o suplemento de cultura e variedades, começou a fazer, a partir de 1961, uma página semanal sobre música popular brasileira trazendo longas entrevistas com os pioneiros do samba.
Nunca as páginas do Jornal do Brasil, uma publicação conservadora e ligada à tradição católica, havia estampado tantas fotos de pretos e mulatos: Ismael Silva, Bide, Carlos Cachaça, Cartola, Bucy Moreira, Alvarenga, Alvaiade, Aniceto. A condessa Pereira Carneiro, dona do jornal, o apoiava. Ao encontrá-lo na redação, perguntou: ‘Mas você é o jornalista Sérgio Cabral? Tão novo…’, e lhe deu um abraço e um beijo.
A informação sobre o trabalho no JB se transformou no primeiro livro do comunicador, publicado em 1974: ‘As Escolas de Samba: O Quê, Quem, Como, Quando e Por Quê’, relançado e ampliado em 1996, com o título de ‘As Escolas de Samba do Rio de Janeiro’. É a obra mais importante de Sérgio Cabral, que oferece ao leitor acesso não só às origens e ao desenvolvimento das escolas, mas sobretudo ao conhecimento das figuras que, driblando a adversidade e a perseguição da polícia, fizeram possível o espetáculo dos desfiles.
Sérgio de Oliveira Cabral Santos nasceu em 1937 em Cascadura e cresceu em Cavalcante, bairro vizinho. Seu pai, José Jugurta Santos, era sergipano e sargento da Marinha; a mãe, Regina Cabral Santos, carioca como o filho. Depois de estudar em casa e em internatos públicos, virar torcedor do Vasco, se apaixonar pela voz de Orlando Silva e dar duro como operário da Central do Brasil, virou jornalista influenciado pela obra de Lima Barreto, escritor sobre quem se preparou para responder no programa O Céu é o Limite.
Em 1957 começou na reportagem de polícia do Diário da Noite. Numa folga do plantão nas delegacias, entrevistou sua futura mulher, Magali, que era candidata a Miss Distrito Federal. No Jornal do Brasil, apesar do sucesso, ficou apenas três anos: foi demitido em 1962 por participar de uma greve. Pelo mesmo motivo, perdeu o emprego em O Globo, em 1986. ‘Eu sou o único jornalista do Brasil demitido duas vezes por causa de greve’, comentou numa entrevista.
Depois de curta passagem pelo Diário Carioca, que tinha o hábito de não pagar aos empregados, pulou para Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã, revistas Manchete e Intervalo. O Pasquim surgiu quando Sérgio, em 1969, fazia jornada dupla na editoria de política da Última Hora e na sucursal da Folha de S. Paulo, cobrindo o Itamaraty. Convidado por Tarso de Castro, seu companheiro na UH, para ser o editor de textos do semanário de oposição à ditadura militar, o jornalista resistiu às pressões e continuou sua luta pela liberdade de expressão.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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