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Bolsa brasileira estendeu acumula perda de 2,5% em seis sessões, mesmo com alta de commodities e Nova York. O que está acontecendo?
Investidor, o que tira o seu sono? Na bolsa brasileira, qualquer novidade pode perturbar a mente dos aventureiros. Nesta quarta (5), por exemplo, o Ibovespa estendeu o modo ‘nunca mais eu vou subir’. Com mais hoje, já são seis sessões seguidas que o índice fecha em queda. Perda de 2,5% só nesse intervalo.
O Ibovespa é um dos principais índices do mercado financeiro brasileiro, refletindo a performance das ações mais negociadas na B3. Mesmo com oscilações, muitos investidores continuam atentos às movimentações do mercado em busca de oportunidades. A volatilidade do Ibovespa pode gerar ansiedade, mas também abrir portas para estratégias de investimento a longo prazo.
Ibovespa: Movimentações e Tendências no Mercado Brasileiro
O Ibovespa encerrou o pregão com perda de 0,32%, nos 121.407 pontos, renovando (de novo) o menor nível em quase sete meses. Para ampliar essa janela da mínima, o índice precisa descer abaixo dos 120.410 pontos, do fechamento de 13 de novembro de 2023. Mas, se continuar assim, a tarefa pode não ser tão difícil. Na semana, a carteira acumula perda de 0,57%, e no ano, de 9,52%.
O que aconteceu hoje? O movimento do Ibovespa foi bastante volátil hoje e até a última hora do pregão, ainda havia chance de virar. Mas no sprint final, o índice cedeu de vez e acabou com qualquer esperança. Só que hoje era um dia para a bolsa ter subido com gosto.
As forças que atuam sobre a bolsa brasileira operaram quase todas no sentido de favorecer o índice. A começar pelas commodities, que ontem afundaram. Hoje o petróleo Brent reagiu às quedas recentes e subiu 1,15%, a US$ 78,41 por barril. A exceção foi o minério de ferro, cujo valor do contrato para setembro negociado na Bolsa de Dalian, na China, estendeu a baixa aos 825 yuan (US$ 113,93) a tonelada, menor nível em oito semanas. O mau humor se acentuou em meio ao acúmulo nos estoques chineses, sinalizando um horizonte de demanda mais fraca pela commodity.
Assim, Vale e Petrobras se opuseram na balança da carteira, e a queda de 1,42% da mineradora venceu a alta mixuruca de 0,13% dos papéis preferenciais (PN, com preferência por receber dividendos) da petroleira. Das 86 ações da carteira teórica mais famosa da bolsa brasileira, 50 caíram hoje. Com destaque para Magazine Luiza na liderança das altas, e Petz na rabeira do índice neste pregão.
O volume de negociação foi 14,5% menor, enquanto agentes da bolsa aguardam respostas mais contundentes às suas perguntas: quando caem os juros americanos? O Brasil conseguirá atrair de volta o capital estrangeiro? Hoje, o giro do Ibovespa foi de R$ 14,7 bilhões frente à média diária de R$ 17,2 bilhões dos últimos 12 meses. Já o dólar renovou a máxima desde janeiro de 2023, numa sessão também marcada pela atuação de forças opostas.
Petróleo mais forte e um horizonte com juros menores nos Estados Unidos enfraquecem a moeda americana globalmente, porém a debandada dos investidores globais de mercados emergentes se chocou com essa tendência, debilitando as moedas locais – caso do real. O dólar comercial avançou 0,23%, a R$ 5,30. Assim, o câmbio à vista já está 9,16% mais caro neste ano.
Mas o que raios está acontecendo com a bolsa do Brasil? Índices das bolsas de Nova York subiram todos. Emergentes também subiram. O ETF (fundo de índice) iShares MSCI Emerging Markets, que acompanha uma cesta com ações de 24 mercados emergentes, escalou 1,61% na sessão, e já está com quase 5% de ganhos acumulados no ano. O PIB do Brasil também acelerou, e até o petróleo entrou em zona de recuperação hoje. Só não subiu o Ibovespa.
Os futuros de juros, que vêm bloqueando o caminho do Ibovespa, refletiram a deterioração das expectativas do mercado hoje, subindo na ponta curta da curva. A Taxa de Depósito Interfinanceiro
Fonte: @ Valor Invest Globo
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