Estudo da Fiocruz: número de puérperes brasileiras com sintomas de depressão pós-parto cresceu de 14% a 31% durante a pandemia de covid-19. Prevalência variou em países de alta, média e baixa renda. Graus e sintomas de depressão pós-parto aumentaram. Sistemas de saúde afetados. (145 caracteres)
Uma pesquisa inovadora, conduzida pela Fiocruz e divulgada recentemente no periódico científico Brazilian Journal of Psychiatry, revelou que a incidência de depressão pós-parto globalmente cresceu de 14% para 31% no contexto da pandemia de covid-19.
Além disso, o estudo também apontou um aumento significativo nos casos de transtorno mental pós-parto, evidenciando a importância de abordagens eficazes para apoiar as mulheres durante o período pós-parto e garantir seu bem-estar emocional. A conscientização sobre a depressão pós-parto e outros desafios de saúde mental é fundamental para promover um ambiente de apoio e compreensão para as mães em todo o mundo.
Impacto da pandemia da covid-19 na prevalência de sintomas de depressão pós-parto
De acordo com um estudo recente que envolveu 4.788 puérperas, a depressão pós-parto é um transtorno mental pós-parto com uma alta prevalência de sintomas. Diversos fatores podem contribuir para o surgimento desses sintomas, como a ação direta do vírus sobre o sistema nervoso central e experiências traumáticas associadas à pandemia.
A interrupção da assistência à saúde para doenças crônicas durante esse período também é apontada como um dos motivos para o aumento dos casos de depressão pós-parto. O estresse decorrente das mudanças na rotina devido às medidas de distanciamento social e as dificuldades econômicas também desempenham um papel significativo nesse cenário.
Marina Vilarim, idealizadora da pesquisa, destacou a importância do isolamento social causado pela covid-19 na diminuição da rede de apoio para as mulheres, o que pode justificar o aumento dos transtornos mentais pós-parto. Ela ressaltou que o grau de sintomas não apresentou grandes diferenças entre mulheres de países de alta renda e de baixa e média renda.
Antes da crise sanitária, a porcentagem de mulheres com sintomas de depressão pós-parto em países de alta renda era de 12%, enquanto em países de baixa e média renda era de 15%. No entanto, durante a pandemia, esses números aumentaram para 30,5% e 31,5%, respectivamente.
A pesquisa revelou que a pandemia ‘democratizou’ os sintomas depressivos, afetando mulheres de diferentes contextos socioeconômicos de maneira semelhante. Marina enfatizou que as inseguranças e incertezas vivenciadas durante esse período foram desafiadoras para as mulheres, independentemente do país em que viviam.
Ao analisar a prevalência de sintomas de depressão pós-parto em países de alta renda e de baixa e média renda, o estudo sugere estratégias para lidar com epidemias futuras, levando em consideração as disparidades nos sistemas de saúde. A pesquisadora Daniele Marano ressaltou a importância de fortalecer os sistemas de saúde para minimizar os impactos de futuras crises de saúde pública.
Fonte: @ Veja Abril
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