A perspectiva de queda no desempenho dos fundos imobiliários reflete a deterioração do cenário para investimentos em tijolo, como shoppings e galpões.
Após experimentar uma diminuição mensal inicial em 2022, o Ifix, índice de referência dos fundos de investimento imobiliário, conseguiu escapar, por uma margem mínima, de um segundo período consecutivo de declínio em junho.
Em relação aos fundos de tijolo, houve um aumento significativo no interesse dos investidores, impulsionando a recuperação do mercado imobiliário no último trimestre.
Impacto da Deterioração do Cenário nos Fundos de ‘Tijolo’
O indicador encerrou o período praticamente estável, aos 3.382 pontos, em meio à piora no cenário para os fundos de ‘tijolo’, que investem em imóveis físicos. Apesar do fraco desempenho, o Ifix superou, mais uma vez, o Ibovespa, índice do mercado de ações do Brasil, que fechou o terceiro mês seguido no vermelho.
No acumulado do ano, a principal referência das ações se desvaloriza quase 10%, enquanto a dos fundos imobiliários avança cerca de 2%. As ações e os fundos imobiliários, embora negociados na bolsa, apresentam diferenças que explicam a disparidade entre os desempenhos. A presença de investidores estrangeiros no mercado acionário é significativa, enquanto nos fundos imobiliários é menor, com destaque para a participação de pessoas físicas.
O desempenho setorial da classe no mês de maio reflete a atenção do mercado às mudanças nas projeções para os juros domésticos e americanos. A deterioração do cenário interno já se reflete entre os fundos imobiliários de ‘tijolo’. Todos os setores que concentram os investimentos das carteiras dos fundos em imóveis físicos registraram perdas.
A rentabilidade do setor de ‘papel’, que investe em títulos de renda fixa do setor imobiliário, foi a única positiva em maio. A expectativa de uma taxa Selic em dois dígitos influenciou negativamente os fundos imobiliários de ‘tijolo’. O cenário de taxa de juros elevada por mais tempo tende a frear o desenvolvimento imobiliário, afetando o valor patrimonial dos imóveis nas carteiras e, consequentemente, o patrimônio dos fundos.
Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários da TRX, destaca que o cenário atual é desafiador para os fundos de ‘tijolo’, com reflexos no desempenho mensal e no cenário futuro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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