Natalia Becker é acusada de homicídio qualificado por motivo torpe após procedimento estético com peeling fenólico, resultando em edema pulmonar agudo.
A Justiça de São Paulo processou a influenciadora Natalia Fabiana de Freitas, popularmente conhecida como Natalia Becker, em razão da morte de Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, que ocorreu após a realização de um procedimento estético chamado peeling de Fenol. O caso está sob sigilo na 1ª Vara do Júri de São Paulo, conforme informações do Ministério Público. A denúncia, apresentada pelo promotor Felipe Zilberman, imputa a Natalia o crime de homicídio qualificado por motivo torpe, evidenciando a gravidade da situação.
No contexto da acusação, a morte de Henrique levanta questões profundas sobre a responsabilidade em procedimentos estéticos. O falecimento do jovem, que era um cidadão com sonhos e aspirações, traz à tona a importância de se discutir a segurança e a ética na prática dessas intervenções. É fundamental que casos como este sejam analisados com rigor para evitar novas tragédias.
Denúncia e Profissionalismo em Estética
Conforme uma nota divulgada pelo Ministério Público, o promotor relatou na denúncia que a mulher se apresentava nas plataformas digitais como uma profissional da estética. Mesmo sem a devida habilitação, ela começou a realizar uma série de procedimentos estéticos. Ao buscar atendimento no estabelecimento da ré, a vítima não foi alertada sobre os riscos associados, incluindo os riscos cardíacos, da aplicação do Fenol. Além disso, Henrique foi levado a um erro ao receber a informação equivocada de que não era necessário realizar nenhum exame de saúde antes do peeling.
Consequências da Aplicação do Fenol
Infelizmente, o homem veio a falecer no local, resultado de um edema pulmonar agudo que foi desencadeado pela inalação do Fenol, conforme apontado no laudo do exame necroscópico. Henrique faleceu no dia 3 de junho deste ano. O inquérito foi finalizado pelo 27º Distrito Policial, localizado em Campo Belo, uma área nobre da zona sul de São Paulo, em 19 de agosto. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a autoridade policial avaliou o laudo pericial e confirmou que a morte da vítima foi provocada por um edema pulmonar agudo, consequência da inalação de Fenol.
Indiciamento e Responsabilidade
A responsável pela clínica foi indiciada por homicídio com dolo eventual, uma vez que assumiu o risco de causar a morte. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) solicitou a regulamentação e a fiscalização do uso de substâncias que possam representar perigo em procedimentos estéticos, visando que esses sejam restritos a profissionais habilitados na área da saúde. O Cremesp especificou que substâncias como o Fenol, bem como outros procedimentos e tecnologias de risco, devem ser manuseados exclusivamente por médicos ou por profissionais devidamente capacitados e regulamentados.
Suspensão da Venda do Fenol
Em 21 de junho, o Cremesp fez um pedido à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que suspendesse a venda do Fenol a profissionais que não sejam médicos. Quatro dias depois, em uma resolução publicada no dia 25 de junho deste ano, a Anvisa proibiu a venda e o uso desse tipo de produto não regularizado para qualquer tipo de profissional. O falecimento de Henrique e as circunstâncias que o cercam levantam questões sérias sobre a segurança e a regulamentação de procedimentos estéticos, evidenciando a necessidade urgente de medidas de fiscalização.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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