Declarações de imposto de renda pessoas físicas em bens externos subiram de 263,5mil em 2018 para 816,1mil em 2023, um aumento significativo. Metade investeram em ações, ETFs e REITs. José Carlos Fonseca, supervisor, lei 14.754. Corretoras e bancos: Avenue XP, BTG, Bradesco, Santander. Investimentos internacionais: Itaú, Carlos Constantini, divisão gestão fortunas, Roberto Lee, CEO corretora americana.
Os investimentos no exterior têm se tornado cada vez mais populares entre os brasileiros. De acordo com informações da Receita Federal, o total de investimentos no exterior já ultrapassa a marca de R$ 1,1 trilhão. Esse crescimento é evidenciado pelo aumento no número de declarações de investimentos no exterior, que chegou a 816,1 mil em 2023, representando um aumento significativo em relação aos 263,5 mil registrados há cinco anos.
Além disso, muitos brasileiros têm diversificado seus investimentos no exterior para incluir não apenas bens físicos, mas também investimentos em ações de outros países, ETFs e REITs. Essa abordagem mais ampla tem se mostrado uma estratégia eficaz para ampliar as oportunidades de crescimento financeiro e proteção patrimonial. Dessa forma, os investimentos no exterior se tornam uma opção atraente para aqueles que buscam expandir seus horizontes financeiros.
Investimentos no exterior: uma tendência em crescimento
O aumento significativo no número de brasileiros que declaram bens no exterior reflete um interesse crescente em diversificar investimentos além das fronteiras nacionais. Segundo dados recentes, 48% desses investidores possuem ações de outros países, enquanto 15% optam por fundos de índice (ETFs) e 13% mantêm contas internacionais. Essa mudança de comportamento tem sido impulsionada, em parte, pelas relações de trabalho e pelo avanço da tecnologia, que facilitou o acesso a essas oportunidades.
De acordo com José Carlos da Fonseca, Supervisor Nacional do Imposto de Renda, a entrada em vigor da lei 14.754 em 2020 teve um papel significativo nesse cenário, alterando a tributação dos bens no exterior e incentivando os brasileiros a explorarem novas opções de investimento. O mercado financeiro internacional tem se mostrado cada vez mais atrativo, com corretoras e bancos brasileiros, como Avenue, XP, C6, BTG, Bradesco e Santander, ampliando suas ofertas de contas internacionais.
Com um investimento inicial a partir de R$ 500, os investidores agora podem acessar contas de investimento internacionais sem taxas de manutenção, permitindo a negociação de ativos como ações, ETFs e fundos imobiliários americanos (REITs). Esse movimento foi impulsionado pela demanda crescente de clientes qualificados, com patrimônio nas casas dos milhões, que buscam diversificar suas carteiras e mitigar riscos.
Carlos Constantini, da divisão de gestão de fortunas do Itaú, destacou a evolução do investimento no exterior, que deixou de ser uma prática exótica para se tornar uma estratégia consolidada no mercado brasileiro. Em um evento realizado pela Avenue, ele ressaltou a importância da diversificação internacional como forma de proteção contra os riscos do mercado nacional, especialmente em um cenário de taxas de juros historicamente baixas.
Roberto Lee, CEO da corretora americana, prevê um crescimento exponencial nos investimentos de brasileiros no exterior, com projeções que apontam para um montante de R$ 1 trilhão nos próximos anos. Com a superação dessa marca, a expectativa é que esse valor dobre rapidamente, atingindo a marca de R$ 2 trilhões. Esse movimento reflete a consolidação de uma tendência de diversificação internacional que tem conquistado cada vez mais adeptos no mercado financeiro brasileiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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