O IPCA-15 subiu de 0,21% em abril para 0,44% neste mês, trazendo boas notícias sobre a alta dos preços, segundo projeções do mercado.
O IPCA-15 acelerou de 0,21% em abril para 0,44% neste mês. O índice acompanha a alta de preços no período do dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês vigente, por este motivo é conhecido como ‘prévia da inflação’, que tem como referencial o IPCA – índice que mede a inflação no mês cheio. Mas, mesmo mais ‘quente’, o IPCA-15 divulgado hoje agradou o mercado.
A pré-visão do IPCA-15 para este mês era aguardada com expectativa pelos analistas econômicos, que previam uma possível aceleração da inflação. No entanto, os números divulgados surpreenderam positivamente, indicando um cenário de controle dos preços e uma perspectiva favorável para a economia. O comportamento do IPCA-15 reflete a dinâmica dos preços no período analisado, fornecendo insights importantes para as pré-visões futuras do mercado.
IPCA-15: Destaques e Análises
No período analisado, o IPCA-15 revelou uma aceleração da alta dos preços, porém abaixo das pré-visões do mercado, registrando um aumento de 0,47%. Essa notícia, embora preocupante, trouxe um certo alívio para os especialistas. Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, destacou a surpresa positiva nos preços de alimentos, com deflação em diversos itens como carnes e arroz. Isso sugere que a tragédia no Rio Grande do Sul não teve um impacto imediato nessa divulgação.
No entanto, os agentes econômicos alertam que os próximos índices de inflação devem refletir melhor os efeitos das enchentes. O IPCA-15 de maio ainda não capturou totalmente as consequências da tragédia na região. A logística comprometida, tanto para escoamento quanto recebimento de insumos, pode pressionar os preços dos alimentos. A expectativa é de um impacto entre 0,1 a 0,2 ponto percentual sobre o IPCA de 2024, conforme apontado por Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, ressaltou que a tragédia terá efeitos na inflação de alimentos, mas o aumento nos preços das commodities cria incertezas sobre o cenário futuro. O impacto mais significativo da tragédia, segundo ela, será a depressão da atividade na região, o que pode ter implicações na inflação.
Em contrapartida, há boas notícias no IPCA-15. A variação acumulada em 12 meses nos núcleos da inflação continua em desaceleração, passando de 3,6% em abril para 3,5% em maio. Este cenário favorável no curto prazo é ressaltado por Luciano Costa, que destaca a trajetória benigna do IPCA-15. No entanto, ele alerta para as preocupações do Banco Central em relação ao balanço de riscos para a inflação.
A economista-chefe do Inter também projeta uma trajetória benigna para a inflação, estimando um IPCA de 3,5% em 2024, dentro da meta estabelecida pelo BC. Gustavo Sung destaca a desaceleração na inflação de serviços, com uma variação mensal e anual mais moderada. A dinâmica positiva nos serviços é um alívio para o mercado, que vinha observando pressões inflacionárias nesse setor.
Em resumo, o IPCA-15 apresenta nuances de alta e baixa, refletindo os impactos da tragédia no Rio Grande do Sul e os movimentos nos preços de alimentos e commodities. A trajetória benigna da inflação em alguns setores traz alívio, mas as incertezas fiscais e as expectativas de inflação elevadas ainda são motivo de preocupação para os especialistas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo