O país enfrenta um dilema com jovens que optam por se isolar totalmente, em quartos minúsculos, sem comunicação com o mundo exterior.
Há alguns dias, ‘Jin Young-hae’, uma mãe sul-coreana compartilhou com a BBC, sob condição de anonimato, o que a motivou a — de maneira completamente voluntária — vestir um macacão azul e passar longas horas em isolamento, em uma cela minúscula, quase do tamanho de um armário, sem a presença de companhia, celular ou computador. Absorta em seus pensamentos.
Essa experiência de isolamento pode ser desafiadora, mas para alguns, como Jin Young-hae, é uma forma de encontrar paz interior em meio à reclusão. A sensação de segregação pode ser transformada em um momento de autoconhecimento e reflexão profunda.
Explorando o Isolamento: Uma Experiência Única
A única conexão com o mundo exterior na peculiar prisão de Jin e Park era um pequeno buraco na porta, por onde a comida era entregue esporadicamente. O termo principal que define essa situação é ‘isolamento’. Parece estranho, mas há uma explicação: hikikomori.
A escolha de se isolar do mundo pode parecer peculiar, mas Jin e Park não estão sozinhas nessa decisão na Coreia do Sul. Outros indivíduos optaram pelo confinamento voluntário. Todos compartilham duas características essenciais: são pais de jovens entre a adolescência e os trinta anos e participam de um programa especial que os mantém segregados por um curto período em quartos minúsculos.
Durante esse tempo de reclusão, eles não têm permissão para levar celulares, em uma tentativa de compreender melhor a situação. Jin e Park, mães de jovens sul-coreanos que se isolaram do mundo, buscam entender seus filhos de uma maneira peculiar e única, colocando-se em seu lugar de forma totalmente voluntária.
Ao se confinarem, procuram melhorar a comunicação com eles, uma tarefa desafiadora. Jin, de 50 anos, expressa sua dor ao se questionar sobre os erros cometidos. Após o período de isolamento, ela afirma ter obtido alguma clareza. Park também reconhece que a segregação a ajudou a compreender os sentimentos de seu filho.
As experiências de confinamento não foram decisões repentinas, mas planejadas. O isolamento ocorreu nas salas da Fábrica da Felicidade, onde os participantes vivenciaram o ‘confinamento’ em primeira mão. Vestindo uniformes e deixando celulares para trás, eles se isolaram em celas com paredes neutras, sem companhia.
O programa de educação especial, financiado por organizações como a Korea Youth Foundation e o Blue Whale Recovery Center, visa melhorar a comunicação entre pais e filhos. Durante um período de três dias, os participantes experimentam o isolamento em salas que reproduzem celas de segregação na província de Gangwon.
A palavra-chave que permeia essa experiência é ‘hikikomori’. Jin e Park, assim como outros pais, buscam compreender e se conectar com seus filhos de uma maneira peculiar e especial, em um esforço para melhorar a comunicação e o entendimento mútuo.
Fonte: @ Minha Vida
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