Poeta mostrou documentos que provaram perseguição política pela Comissão Estudantil do Movimento Comunista.
A Comissão de Anistia reconheceu hoje, por consenso, anistia política e formalizou o pedido de desculpas ao jornalista e poeta Luiz Artur Toribio, conhecido como Luis Turiba, que também receberá indenização. Os membros do conselho ressaltaram que Turiba apresentou vasta documentação que prova a perseguição por motivos políticos entre outubro de 1970 e junho de 1987.
Além disso, a decisão da Comissão de Anistia incluiu a concessão de indulto a outros indivíduos que também sofreram injustiças durante o período mencionado. Essa medida visa reparar os danos causados pela perseguição política e garantir a justiça para todos os afetados. A anistia e o indulto representam um passo importante na reconciliação nacional e na promoção dos direitos humanos no Brasil.
Anistia: Uma História de Resistência e Superação
Militante do movimento estudantil e ex-membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ele enfrentou obstáculos em sua jornada acadêmica na Escola Técnica Nacional Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ). Posteriormente, sua trajetória foi interrompida de forma abrupta, sendo detido e acusado de envolvimento em ‘atividades subversivas’. As marcas da tortura física e psicológica sofrida nas instalações do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), órgão de repressão vinculado ao Exército, permaneceram por muito tempo.
Julgado pela Justiça Militar, recebeu uma sentença de 6 meses de prisão e passou a ser monitorado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até meados da década de 1980. A presidente da Comissão de Anistia, Enéa de Stutz e Almeida, conduziu o processo de revisão, concedendo a anistia a Turiba. Emocionado, o poeta expressou sua gratidão pela decisão, ressaltando a importância desse ato para sua jornada de justiça e reparação.
‘Agradeço a decisão. Sinto que finalmente estou sendo reconhecido. É um momento de fechamento de ciclos, que me permite refletir sobre tudo o que vivi’, compartilhou Turiba durante a sessão. O pedido de desculpas do Estado brasileiro, marcado por um passado policialesco e opressor, fortaleceu sua determinação em continuar lutando pelos valores democráticos e pelo Estado de Direito.
A leitura de um de seus poemas, intitulado ‘Tortura’, foi um ato simbólico que representou a experiência dolorosa compartilhada por muitos que enfrentaram situações semelhantes. A poesia ecoou a dor, a resistência e a busca por justiça em meio às sombras do passado. A Comissão de Anistia, em sua última reunião, rejeitou oito solicitações de anistia, mantendo-se ativa e comprometida com a revisão de casos como o de Turiba. A luta pela verdade e pela reparação continua, em Brasília, com a comissão reunida para mais um dia de trabalho árduo em prol da justiça e da memória.
Fonte: @ Agencia Brasil
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