Agentes de mercado veem piora nos fundamentos macroeconômicos do Brasil, impactando contratos, juros, mercado financeiro e dados de empregos.
Os contratos de juros futuros estão em destaque nesta sexta-feira (7) com uma significativa elevação. Desde o início do dia já apresentavam aumento, mas intensificaram o movimento de alta no período da tarde. A escalada ocorreu ao mesmo tempo que ocorria uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e importantes representantes do mercado financeiro nacional. Durante o encontro, a discussão sobre a situação fiscal do Brasil foi um dos temas abordados, impactando os rumos dos juros futuros.
Essa movimentação nos contratos de juros futuros reflete a sensibilidade do mercado em relação às perspectivas de taxas de juros futuras. A interação entre o governo e os agentes econômicos influencia diretamente as expectativas do mercado, podendo gerar oscilações nos juros futuros. A atenção agora se volta para as próximas movimentações, com os investidores atentos às taxas futuras e às decisões que impactarão o cenário econômico nos próximos dias.
Juros em destaque: Mercado financeiro nacional e a situação fiscal brasileira
Por volta de 16h30, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estavam em alta, passando de 10,445% do ajuste anterior para 10,655%. As taxas dos contratos para janeiro de 2026 também subiam, de 10,875% para 11,395%, enquanto as dos contratos para janeiro de 2027 saltavam de 11,155% para 11,780%. Já as taxas dos contratos para janeiro de 2029 subiam de 11,585% para 11,715%.
Pela manhã, a divulgação dos dados de empregos nos Estados Unidos superou as expectativas do mercado, impactando as apostas de cortes de juros na maior economia do mundo em setembro. Os Estados Unidos criaram 272 mil vagas de empregos em maio, número muito acima das 165 mil vagas abertas em abril e das expectativas.
Nesse cenário, os agentes do mercado reduziram as apostas para os cortes de juros nos Estados Unidos em julho e setembro. A probabilidade implícita de um corte em julho caiu de 21% para 8,8%, enquanto a de um corte em setembro recuou de 68,7% para 54,5%.
A possibilidade de um corte de juros no Brasil também sofreu impacto. A probabilidade de manutenção da Selic, segundo o mercado de opções digitais de Copom, subiu de 85% para 90%, enquanto a de um corte de 0,25 ponto recuou de 14% para 10%.
Durante uma apresentação em evento promovido pela corretora Monte Bravo, em São Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que após a pandemia de covid-19, houve um pico de inflação que se mostrou mais persistente do que o esperado. Ele ressaltou que a inflação, a partir de certo nível, tende a se tornar mais permanente.
Em entrevista coletiva sobre a Medida Provisória que restringe o uso de créditos do PIS/Cofins, o ministro da Fazenda Fernando Haddad enfatizou a necessidade de controlar despesas e recuperar receitas perdidas ao longo de uma década devido a práticas incluídas na legislação. Ele alertou que, caso as despesas ultrapassem o limite do marco fiscal, poderá haver contingenciamento.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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