Na reunião com reitores, Lula criticou a prorrogação da greve de professores e técnicos das Universidades e IFs, pedindo ajustes nos salários.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua preocupação, nesta segunda-feira (10), diante da prolongada greve dos professores e técnicos das universidades e institutos federais. Ele ressaltou a importância do diálogo e da busca por soluções que atendam às demandas dos servidores, destacando que o valor de recursos negociado com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) para ajustar os salários dos docentes e servidores é ‘irrecusável’. ‘O valor que a ministra Esther Dweck [do MGI] disponibilizou é irrecusável’, afirmou o presidente.
Apesar dos esforços para evitar a paralisação total das atividades, o movimento de greve tem impactado significativamente o pára-funcionamento das instituições de ensino superior. É fundamental encontrar um equilíbrio entre as reivindicações dos trabalhadores e a manutenção das atividades acadêmicas, garantindo assim a qualidade do ensino e da pesquisa nas universidades e institutos federais.
Presidentes e Luiz Inácio discutem prorrogação da greve-de-professores
Considerem essa situação, porque do contrário estaremos lidando com universidades e institutos federais enquanto os estudantes esperam para retomar as aulas’, declarou Lula em encontro público com reitores no Palácio do Planalto.
Durante essa reunião, o presidente anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões do Ministério da Educação (MEC) para obras e manutenção do ensino técnico e superior, além da criação de dez novos campi universitários e oito novos hospitais universitários federais.
Lula ressaltou que as paralisações devem ser bem gerenciadas, instando os líderes sindicais a terem ‘coragem de encerrar a greve’. ‘O que não pode ocorrer é uma paralisação se arrastar indefinidamente, desgastando os participantes. Os líderes sindicais precisam ter coragem de propor, negociar e tomar decisões que não sejam extremas’, explicou.
O presidente, com experiência em liderança sindical, relembrou sua postura inflexível no passado, onde buscava ganhos totais, admitindo que essa abordagem frequentemente resultava em impasses.
Sobre a greve atual, ele enfatizou que não há justificativa para sua extensão prolongada. ‘Não é por 3%, 2% ou 4% que devemos manter uma greve indefinidamente. É importante considerar os outros benefícios e o que já foi proposto’, argumentou Lula.
A greve dos professores e servidores de aproximadamente 60 universidades e mais de 39 institutos federais de ensino básico, profissional e tecnológico teve início em 15 de abril, impactando mais de 560 unidades de ensino em 26 estados. Eles demandam, entre outras coisas, o ajuste salarial de 4,5% ainda este ano.
Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), ressaltou que as remunerações dos professores e técnicos estão ‘consideravelmente defasadas’, especialmente se comparadas com outras carreiras que receberam reajustes recentemente. Ela espera que uma solução negociada seja alcançada rapidamente.
Elias Monteiro, reitor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), solicitou que o governo priorize a formação e valorização dos profissionais da educação para aprimorar a educação básica e superior. ‘Pedimos ao governo federal que avance nas negociações para o término da greve. Reconhecemos a legitimidade do movimento, mas já está impactando a evasão escolar e o calendário acadêmico. É crucial retornar à normalidade o mais breve possível’, afirmou Monteiro.
Em 3 de junho, representantes dos sindicatos dos docentes e servidores técnicos administrativos se reuniram com o governo.
Fonte: @ JC Concursos
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