Equipe econômica liderada por Fernando Haddad enfrenta incerteza fiscal, alta do dólar e revisão de despesas públicas. Ajuste em teste político.
A revisão de despesas públicas, em discussão dentro da equipe econômica após a escalada da incerteza fiscal e a alta do dólar, está prestes a passar por seu primeiro teste político. No início da semana, na segunda-feira pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com os ministros que fazem parte da Junta de Execução Orçamentária (JEO), e a previsão é de que o tema seja abordado.
Na sequência, a revisão orçamentária e a revisão de gastos serão pontos cruciais a serem considerados, com o objetivo de encontrar soluções viáveis para a situação atual. A expectativa é de que medidas concretas sejam discutidas e implementadas para garantir a estabilidade econômica e o equilíbrio das contas públicas. Essa análise minuciosa das despesas e do orçamento se torna essencial diante do cenário desafiador que o país enfrenta.
Discussão sobre a Revisão de Despesas Públicas e o Contexto Político Atual
O colegiado composto por Fernando Haddad, Simone Tebet, Esther Dweck e Rui Costa tem sido objeto de intensa discussão nos últimos dias. Antes de sua viagem à Itália para participar da reunião do G7, Lula solicitou a Rui Costa que organizasse uma reunião para revisão orçamentária. Durante sua estadia no exterior, o ex-presidente mostrou uma mudança de postura ao admitir a possibilidade de revisão de gastos públicos, desde que o ajuste não prejudicasse os mais necessitados.
As declarações anteriores de Lula, que causaram um aumento significativo do dólar em relação ao real, enfatizavam a importância do equilíbrio fiscal e da redução dos gastos por meio do aumento da arrecadação e da queda da taxa básica de juros. No entanto, a estratégia arrecadatória enfrenta obstáculos no Congresso, como a devolução de uma medida provisória que restringia o uso de créditos de Pis/Cofins por empresas e indústrias, representando uma derrota para Haddad.
A incerteza fiscal aumentou com dúvidas sobre a continuidade da redução da Selic pelo Banco Central, diante da perspectiva de inflação em alta e da valorização do câmbio. A expectativa para a próxima reunião do Copom é de manutenção da Selic, o que reforça a necessidade de uma revisão de despesas públicas.
A revisão de despesas públicas, no entanto, enfrenta obstáculos políticos, com a necessidade do aval de Lula e da disposição dos parlamentares, incluindo membros do PT, para aprová-la no Congresso. Com as eleições municipais se aproximando, tanto o Executivo quanto o Legislativo evitam medidas impopulares, adiando decisões econômicas mais difíceis para depois do pleito.
A equipe econômica está ciente da importância de sinalizar comprometimento com a meta fiscal de 2024, que prevê déficit zero. Medidas como um possível contingenciamento de gastos e a publicação do decreto de meta de inflação são consideradas para alcançar esse objetivo. Lula reforçou seu compromisso em proteger os pisos constitucionais da educação e saúde, que são ajustados de acordo com a receita, evitando que comprometam outras áreas de gastos.
Em meio a esse cenário de escalada da incerteza fiscal, a revisão de despesas públicas se torna uma prioridade, mas sua implementação dependerá de um teste político delicado, considerando o contexto eleitoral e a pressão por resultados positivos. A equipe econômica está preparada para enfrentar os desafios e garantir que o ajuste necessário não recaia sobre os mais vulneráveis.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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