Presidente afirmou que a autonomia do BC é demanda do mercado e que não há necessidade de alta na taxa de juros durante seu mandato.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou sua posição contrária à autonomia do Banco Central (BC), em declaração nesta segunda-feira (1º). Durante uma entrevista a uma rádio baiana, Lula defendeu que o presidente do BC deve ser nomeado pelo presidente da República, argumentando que não é adequado ter alguém no controle da instituição que não esteja alinhado com os interesses nacionais. Para Lula, a autonomia do Banco Central pode prejudicar a sintonia entre as políticas econômicas e as necessidades do país.
Em contrapartida, há quem defenda a independência do Banco Central como um pilar fundamental para a estabilidade econômica. A discussão sobre a autonomia do BC gera debates acalorados, com diferentes visões sobre o papel do órgão na condução da política monetária. É importante encontrar um equilíbrio entre a autonomia e a independência do Banco Central, visando sempre o melhor interesse da sociedade e a saúde da economia nacional.
Autonomia do Banco Central: Lula defende independência e critica atual gestão
Quem almeja a autonomia do Banco Central é o mercado, que integra o Copom, responsável por estabelecer a meta de inflação e a política de juros. Lula, em entrevista à Rádio Princesa, relembrou a época em que teve um BC independente, com Henrique Meirelles atuando por oito anos como presidente do BC, desfrutando de total independência para realizar os ajustes necessários.
O ex-presidente ressaltou a importância de um BC alinhado com os anseios da nação, criticando a atual taxa Selic de 10,5% como exagerada. Ele enfatizou a responsabilidade como um valor fundamental e expressou sua insatisfação com os dois anos de Roberto Campos Neto à frente do BC, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Apesar de não mencionar Campos Neto diretamente, Lula fez questão de destacar a necessidade de paciência até a troca no comando do BC no final do ano. Ele defendeu a nomeação do presidente do BC pelo chefe de Estado, questionando a situação de estar há dois anos com o indicado de Bolsonaro, considerando isso inadequado.
Lula defendeu a presença de um presidente do BC que enxergue o país de forma distinta do mercado financeiro, enfatizando que a inflação baixa não é apenas um desejo, mas uma obsessão pessoal. Para ele, a redução da inflação beneficia diretamente o poder de compra dos trabalhadores e a rentabilidade do dinheiro.
O ex-presidente reiterou que a busca por uma inflação baixa não é apenas uma estratégia de governo, mas uma convicção profunda que carrega consigo. Ele ressaltou a importância de um governo que utilize os recursos de forma adequada, garantindo sobras para investimentos futuros.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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