Estudo do BID investigou diversidade racial no mercado de trabalho docente, com foco em oferta educacional, infraestrutura e carreira.
O Ministério da Educação (MEC), em colaboração com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), publicou hoje, 10 de junho, a pesquisa ‘O ciclo contínuo da desigualdade racial na educação brasileira: quando a pluralidade racial e étnica resulta em desigualdade racial.
O estudo destaca a urgência de enfrentar a disparidade racial existente nas instituições educacionais, visando promover a equidade racial e combater a discriminação racial de forma efetiva. A persistência da iniquidade racial no sistema educacional demanda ação imediata e políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades para todos os estudantes, independentemente de sua origem étnico-racial.
Desigualdade Racial na Oferta Educacional e no Mercado de Trabalho Docente
Ao considerar a cor/raça dos estudantes e professores, bem como os territórios diferenciados, uma pesquisa recente investigou as características da oferta educacional, desde a educação básica até o mercado de trabalho docente. Durante a divulgação dos dados, o secretário-executivo substituto do MEC, Gregório Grisa, ressaltou a importância da equidade racial em todas as políticas educacionais.
É notável que os dados fornecem insumos essenciais para os programas existentes, especialmente no que diz respeito ao financiamento. Segundo o estudo, a disparidade racial na oferta da educação pública é evidente, principalmente no que se refere à infraestrutura escolar. Enquanto 98,2% dos estudantes brancos em escolas convencionais têm acesso a serviços básicos, como água e energia, essa porcentagem é menor para alunos pretos, pardos e indígenas.
De forma alarmante, dos 2,3 milhões de discentes sem infraestrutura mínima, cerca de 86% são pretos, pardos ou indígenas. Além disso, a pesquisa revela que indivíduos desses grupos étnico-raciais têm buscado cada vez mais a carreira docente, contrastando com a predominância de estudantes brancos na área da educação superior.
No entanto, a iniquidade racial se faz presente nos resultados do Enade, onde os cursos de educação — especialmente para pretos, pardos e indígenas — apresentam desempenho inferior. Ao adentrarem o mercado de trabalho docente, os professores tendem a dar aula para alunos de mesma cor/raça, refletindo a segregação existente.
Analisando os contratos de trabalho, observa-se uma disparidade significativa entre professores brancos e não brancos, especialmente em territórios indígenas. Esses dados ressaltam a urgência de políticas educacionais que promovam a equidade racial em todas as esferas, como destacado pela secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão, Zara Figueiredo. A pesquisa evidencia a necessidade de um olhar atento e abrangente para combater a desigualdade racial em nosso sistema educacional.
Fonte: © MEC GOV.br
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