Desde 2023, a região duplicou quatro vezes o número de profissionais em saúde pública. Médicos nas comunidades reduziram urgentes traslatos para Boa Vista, incluindo indígenas TI de Yanomami. Capacitações específicas em atenção primária, malária e urgências melhoraram. Quase todos pacientes evitaram longas viagens para salas de estabilização, reduzindo remoções. Treinamento com abordagem de saúde para emergências.
O projeto Mais Médicos tem sido fundamental para atender às necessidades de saúde dos habitantes da região da Amazônia, no Brasil. Em um passado recente, apenas oito médicos do programa estavam em atividade na área, mas agora, aproximadamente 40 médicos prestam assistência à população local.
Além dos médicos que atuam na região, outros profissionais de saúde também desempenham um papel crucial no cuidado dos pacientes. A presença desses atuentes da saúde tem sido essencial para garantir o acesso a serviços médicos de qualidade na região amazônica.
Médicos atuantes na região indígena de Roraima
Três dos profissionais de saúde estão em ação no Posto Surucucu, onde existe uma unidade de saúde dedicada ao tratamento e acompanhamento dos casos mais críticos. Enquanto isso, os demais médicos prestam assistência direta aos indígenas nas comunidades locais.
Impacto da presença dos Médicos na saúde pública
Marcos Pelegrini, coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami em Roraima, destaca que a chegada de mais Médicos não só contribuiu para melhorar a situação no território, mas também as capacitações específicas que eles receberam para atuar de forma eficaz na região.
Os profissionais de saúde na área indígena não se limitam apenas à atenção primária; eles também lidam com casos de urgência e emergência, incluindo pacientes com malária grave. No Posto Surucucu, esses pacientes podem ser mantidos em salas de estabilização, resultando em uma melhora significativa na maioria dos casos e evitando remoções para Boa Vista. Antes da chegada dos Médicos, quase todos os pacientes nessa situação precisavam ser transferidos.
Benefícios do tratamento local para a população indígena
Tiago Damacena, um dos profissionais do Mais Médicos no Surucucu, ressalta que ter um médico presente na região é fundamental para um diagnóstico preciso e tratamento eficaz. Ele destaca a importância do tratamento local para problemas como malária e desnutrição, que podem ser acompanhados de perto no polo de atendimento.
Com o aumento dos casos de malária devido ao clima e queimadas recentes, a presença dos Médicos e o envio de medicamentos pelo Ministério da Saúde contribuíram para a redução no número de remoções para Boa Vista.
Desafios e treinamentos específicos em malária
O Posto Surucucu e diversas comunidades Yanomami estão localizados a 350 km da capital roraimense, o que torna as remoções para Boa Vista uma tarefa complexa, realizada principalmente por via aérea, com o auxílio de helicópteros. Em janeiro de 2024, foram realizadas 385 remoções, totalizando pouco mais de R$ 19 milhões em custos.
Em março deste ano, apesar do aumento de casos de malária, o número de remoções caiu para 271, com custos em torno de R$ 13 milhões. Em abril, cerca de 50 profissionais do Mais Médicos dos Dseis Yanomami e Leste Roraima participaram de um treinamento específico em malária em Boa Vista.
Apenas este ano, já foram registrados 7.500 casos da doença na Terra Indígena Yanomami. A malária, transmitida pela picada de mosquitos Anopheles infectados, representa um desafio constante para a região amazônica. O treinamento contou com a presença de especialistas, incluindo o infectologista Marcus Lacerda, que enfatizou a complexidade do tratamento da malária devido à sua natureza dinâmica.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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