Menina grávida, na 29ª semana, notou volume abdominal.
(AGÊNCIA BRASIL) – João (o nome é fictício), 35, de Belo Horizonte (MG), só percebeu que a esposa Maria (o nome é fictício) estava grávida quando notou as mudanças em seu corpo. ‘Querida, acho que estamos esperando um bebê’, disse a mulher, na 12ª semana de gestação.
Em outro caso, Pedro (o nome é fictício), 28, de Brasília (DF), ficou surpreso ao descobrir que sua namorada Laura (o nome é fictício) estava com sintomas de gravidez. ‘Amor, acho que precisamos fazer um teste de gestação’, comentou a jovem, com apenas 21 anos.
Desafios na Gestação: Ocorrências e Coquetéis
Após registrar um boletim de ocorrência, elas buscaram auxílio no Hospital da Mulher, localizado na metrópole paulistana. Lá, Karen passou por uma série de exames, recebeu o coquetel recomendado para situações de violência sexual, porém foi informada de que naquela instituição, os abortos legais eram realizados apenas até a 20ª semana de gestação. No Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, também não foi possível obter o aborto legal devido à suspensão dos procedimentos pela prefeitura. Mãe e filha tiveram que se deslocar de ônibus até Salvador (BA) para a interrupção da gestação, enfrentando uma jornada de dois dias e cinco horas de estrada. O agressor ainda está foragido. ‘Minha filha sempre me pergunta: ‘e aí, mãe, não vai acontecer nada com ele? Por que ele não foi preso se ele cometeu um crime?” relata a mãe.
De acordo com a legislação, não há restrições quanto à idade gestacional do feto no momento do aborto. Contudo, o Projeto de Lei Antiaborto por Estupro, em tramitação com urgência na Câmara dos Deputados, propõe a criminalização do aborto após as 22 semanas de gestação para vítimas de estupro. Residindo em Guarulhos, a mãe tem duas filhas, uma de 15 e outra de 13 anos, e um filho de quatro anos. A filha mais velha costumava passar os fins de semana na residência da avó, em São Paulo, sendo levada pela mãe na sexta-feira e buscada no domingo.
A mãe relata que sua filha mais velha, de repente, mudou de comportamento. Anteriormente amorosa e cuidadosa, a adolescente passou a se fechar, tornando-se rude e distante. Apesar de sempre vestir roupas largas, demorou para perceber as mudanças em seu corpo. Em novembro do ano passado, suspeitou-se da gravidez da jovem. Após muita insistência, ela revelou ter sido abusada pelo marido de sua avó meses antes. A adolescente, sem compreender completamente a situação, chegou a mencionar: ‘mãe, tem algo se movendo dentro da minha barriga’.
O agressor aproveitou-se da jovem na ausência da avó, ameaçando-as de morte caso o abuso fosse revelado. Com medo, a adolescente permaneceu em silêncio por meses. Após a descoberta, um boletim de ocorrência foi registrado e encaminhadas ao Hospital da Mulher, em São Paulo. A jovem realizou exames de sangue, ultrassom e recebeu o coquetel anti-HIV, porém foi informada de que não seria possível realizar o aborto, uma vez que o hospital só realizava procedimentos legais até a 20ª semana de gestação, estando ela com 29 semanas.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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