Participação do Brasil no mercado de crédito de carbono é essencial para superar barreiras e favorecer o sistema ambiental internacional.
O mercado de carbono está em fase de construção em âmbito internacional. Por isso, é crucial que o Brasil participe ativamente desse processo, visando assegurar que tal sistema beneficie sua economia interna, as empresas locais e a nação como um todo, diante da possibilidade de surgimento de barreiras comerciais contra países em desenvolvimento, o que poderia levar a um cenário de ‘imperialismo climático’.
Para garantir a efetividade do mercado de carbono, é essencial que o país desenvolva estratégias sólidas de participação nesse sistema de carbono global. Dessa forma, o Brasil poderá se posicionar de maneira competitiva no mercado de carbono, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e fortalecendo sua presença no mercado de crédito de carbono internacional.
Desafios e Oportunidades no Mercado de Carbono
Arthur Pinheiro Machado, empresário e consultor em geopolítica, destaca a crescente relevância do mercado de carbono como uma potencial forma de protecionismo ambiental. Em uma entrevista para a série Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito, ele discutiu a evolução do mercado de carbono e suas implicações globais.
Pinheiro Machado ressalta que as bases institucionais desse sistema de carbono estão sendo estabelecidas na Europa, com um intenso volume de normativas e legislações relacionadas às transações de crédito de carbono e mudanças climáticas. Ele enfatiza a importância de o Brasil participar ativamente desse processo para evitar possíveis barreiras comerciais que poderiam limitar seu acesso ao mercado europeu.
O empresário alerta para o surgimento de um possível ‘imperialismo climático’, onde os países mais desenvolvidos imporiam suas regras no mercado de carbono, prejudicando nações em desenvolvimento como o Brasil. Ele destaca a necessidade de discutir estratégias para a implementação de um sistema de carbono que favoreça o Brasil, considerando a inevitabilidade desse cenário.
No âmbito dos mercados de crédito de carbono, as empresas e indivíduos têm a oportunidade de compensar suas emissões de gases de efeito estufa adquirindo créditos de carbono de projetos de redução de emissões. Essa prática contribui para mitigar as mudanças climáticas ao compensar o impacto ambiental das emissões.
Atualmente, existem dois modelos de mercado de carbono: o voluntário e o regulado. Enquanto o mercado voluntário opera com base em acordos entre empresas e indivíduos, o mercado regulado é estabelecido pelos governos locais, definindo os preços das transações. No Brasil, o mercado regulado aguarda regulamentação para sua plena implementação.
A entrevista de Pinheiro Machado destaca a complexidade e as oportunidades presentes no mercado de carbono, ressaltando a importância de uma abordagem estratégica e colaborativa para enfrentar os desafios e aproveitar os benefícios desse sistema em constante evolução.
Fonte: © Conjur
Comentários sobre este artigo